16.12.09
17.11.09
momentos
9.11.09
22.10.09
gramática da vida
pelo medo de dizer.
pela boca atrolhada de sons que combinados,
não fazem sentido algum.
pelas vozes na minha cabeça que gritam em tons diferentes
pelos rabiscos nos meus olhos que o mundo proporciona
pela zombaria de tantos sons, espalhados em cacofonias sem fim.
pela fonte da imaginação: as letras.
pela atividade da fala que tenta pronunciar sentidos inexistentes em fonemas perdidos.
pela velocidade do som, que tenta exprimir todas as palavras ao mesmo tempo, apenas pra dizer: eu te amo.
pela coincidência das línguas como termo nato à natureza do homem.
pela magnitude por excelência da capacidade da decodificação.
pelo bom entendimento das letras por elas mesmas,
demos as mãos como elas e tentemos fazer algum sentido, nessa semântica inútil que é o mundo.
[rafa tem ares de poeta quando procrastina sem parar. pensa que isso vai aliviá-lo de tamanha culpa por deixar para amanhã o que poderia estar fazendo neste momento que vos fala.]
12.10.09
das pessoas
eu sempre procuro entender a irritação alheia. tento mesmo. sou daquele tipo que se irrita e muda de humor (bem) constantemente, logo me coloco sempre nos "shoes" alheios e me vejo na situação. quando os amigos dizem que a intimidade gera falta de respeito, acredito, olho pra cima, conto até dez e dou risada. é a melhor forma de entender alguém gritando na rua sobre qualquer coisa. depois vem sempre aquele pensamento: cada um, cada um e nada mais. bem nessas, honey. meu ponto de equilíbrio não necessariamente é o seu ponto de equilíbrio. quero tanto reconhecimento quanto. penso e me chateio às vezes como um "erro" nunca pode ser relevado, enquanto eu relevo tantas coisas irritantes e que me fariam pior se eu não relevasse...
mudando de assunto, ao mesmo tempo que vivo nesse silêncio constante, percebo que certas pessoas vem (e muito) a calhar com seus custumes e seus defeitos. seus gostos e indiferenças. suas caras e bocas que me dão dor na barriga de tanto rir.
passam a mudar a tua própria rotina sem mais nem menos. e o mais interessante: sem esforço algum. eu sempre fui um 'cagão' pra mudanças (ladies, desculpem o termo), porém essas mudanças são tão fáceis de fazer que a gente nem percebe que as estamos fazendo. aí vem a parte das conversas intermináveis junto com silêncios enigmáticos que falam muito sobre a cor dos olhos, o desenho da boca, aquela marquinha no rosto que só a gente percebe e acha linda. passamos ao estágio das mãos serem animais velozes e carentes, precisando o tempo todo serem preenchidas pela pele e corpo do outro. então pulamos pra fase vivência em sociedade, fora das quatro paredes. e tudo é lindo, o mundo parece mais colorido e quentinho e confortável e interminável, afinal é tudo compartilhado e sempre há a certeza de um sorriso na tua direção. vem a sensação de completude e nada mais importa, só o alguém ao nosso lado.
"dá pra ficar assim pra sempre?" queria eu responder com firmeza que sim. se fosse possível, eu viveria de sol pra não precisar sair jamais daquela posição.
por fim, eu chego em casa e só queria não ter voltado. o que eu deixei pra trás me dá muito mais segurança do que o que está por vir...
[rafa expõe seus sentimentos mais profundos em relação a todas as pessoas as quais ama, se importa e sente falta. dá a cara a tapa por aqui sempre que acha mais que necessário.]
6.10.09
instantânea
infelizmente, no final, é tudo que nem futebol mesmo...
[rafa compreende que a vida é uma safada e prega muitas peças. se diverte por aqui quando sente uma onda grande vindo por aí pra transformar tudo.]
27.9.09
verbalizar
dormi, dormi, dormi. acordei. liguei e perdi. chorei, escutei e cantei bem alto.
subi no telhado, arrumei a bagunça, levantei a moral, completei o calendário.
sorri, brinquei, beijei e amei.
dirigi, comi, esperei. ri.
trabalhei, estressei, devolvi no mesmo tom: a culpa não foi minha.
relembrei, senti, cheirei e alegreci.
gritei, pensei e parei.
voltei, limpei e não menti.
engordei, entristeci, desembaralhei.
fomentei, enrijeci e calculei.
no fim, voltei, retirei, recoloquei, repintei, olhei pra cima e agradeci.
[rafa relembra a quantidade de coisas pelas quais passou ou fez nesses últimos dias. sente-se feliz ao recobrar uma partezinha do coração que tava meio apagadinha. lamenta agradecendo por aqui sempre que o domingo chuvoso manda boas e novas energias.]
21.9.09
instantânea
[rafa fez 20 anos e continua na sua luta diária contra o mundo. carrega tudo e todos nas costas enquanto escrever por aqui em momentos de atolamento de trabalho.]
18.9.09
Meu Aniversário
R$ 8,00 com nome na lista!
vem comigo comemorar o fim do meu inferno astral e a chegada dos tãos esperados(?) 20 anos colocando o nome em forma de comentário aqui!
espero vocês lá!
16.9.09
para uma avenca partindo
caio fernando abreu
“- Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, não, não é isso que eu quero dizer, não existe uma dimensão permitida e uma outra proibida, indevassável, não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer, é isso mesmo, você está acompanhando meu raciocínio? Falava do mais fundo, desse que existe em você, em mim, em todos esses outros com suas malas, suas bolsas, suas maçãs, não, não sei porque todo mundo compra maçãs antes de viajar, nunca tinha pensado nisso, por favor, não me interrompa, realmente não sei, existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus, eu dentro de você, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar, um fio de luz coado pela janela, um latido de cão no meio da noite, você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos de cães, é, eu não falaria, uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouco, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouco assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende? Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço, claro, claro que eu compro uma revista pra você, eu sei, é bom ler durante a viagem, embora eu prefira ficar olhando pela janela e pensando coisas, estas mesmas coisas que estou tentando dizer a você sem conseguir, por favor, me ajuda, senão vai ser muito tarde, daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo, sim, esta é minha última tentativa, olha, é bom você pegar sua passagem, porque você sempre perde tudo nessa sua bolsa, não sei como é que você consegue, é bom você ficar com ela na mão para evitar qualquer atraso, sim, é bom evitar os atrasos, mas agora escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Por isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que ama era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor, claro que eu dou um cigarro pra você, não, ainda não, faltam uns cinco minutos, eu sei que não devia fumar tanto, é eu sei que os meus dentes estão ficando escuros, e essa tosse intolerável, você acha mesmo a minha tosse intolerável? Eu estava dizendo, o que é mesmo que eu estava dizendo? Ah: sabe, entre duas pessoas essas coisas sempre devem ser ditas, o fato de você achar minha tosse intolerável, por exemplo, eu poderia me aprofundar nisso e concluir que você não gosta de mim o suficiente, porque se você gostasse, gostaria também da minha tosse, dos meus dentes escuros, mas não aprofundando não concluo nada, fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia destes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas, espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, fecha a revista, por favor, olha, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, sei, sei, eu também gosto muito do Peter Fonda, mas isso agora não tem nenhuma importância, é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, está bem, eu espero aqui do lado da janela, é melhor mesmo você subir, continuamos conversando enquanto o ônibus não sai, espera, as maçãs ficam comigo, é muito importante, vou dizer tudo numa só frase, você vai ……… ………… …………. ………… ………. ……….. …………. ………… ………… ………… ……… ……….. ………… ………… sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, mas é bom você botar um casaco, está esfriando tanto, depois, na estrada, olha, antes do ônibus partir eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais, depois você arruma as malas e as botas, fica tranqüila, esse velho não vai incomodar você, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê. “
[rafa posta aqui quando acha que a literatura consegue se superar sempre. dialóga convosco sempre que sente uma certa coisa presa na garganta.]
10.9.09
instantânea
[rafa irrita-se por aqui sempre que sente uma certa força mística ditando os rumos de sua vida. volta assim que a força maior permitir.]
7.9.09
debaixo do ipê
e foi ali, junto do pé de ipê, ouvindo cássia eller dizer:
‘mudaram as estações, nada mudou
mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim, tão diferente
se lembra quando a gente, chegou um dia a acreditar
que tudo era pra sempre, sem saber
que o pra sempre, sempre acaba.
mas nada vai conseguir mudar, o que ficou
quando penso em alguém, só penso em você
e aí, então, estamos bem.
mesmo com tantos motivos, pra deixar tudo como está
nem desistir nem tentar agora, tanto faz
estamos indo de volta pra casa.’
olhei pra ela e disse: ‘eu sou feliz.’
saiu bem espontâneo. assim mesmo. simples, direto, reto. continuei: ‘é, mesmo com toda a minha vida corrida, cheia de percalsos e coisas do gênero, eu estou feliz nesse momento. faço aquilo que eu gosto, que me deixa feliz.’
infelizmente não falei as outras milhares de coisas que passavam pela minha cabeça. eu ouvia a música, abraçava-a, olhava a paisagem à minha frente e sentia uma enorme vontade de chorar. e não era pra ser um choro de tristeza. tinha mais aquilo como um choro de alívio.
me sentia feliz e completo naquele momento. me senti como se eu estivesse no futuro que eu sempre quis durante a vida. um domingo de sol, com pessoas queridas, rindo, analisando, vivendo. aquilo me encheu de plena certeza: certeza de que eu tinha tudo o que eu queria. eu tinha amigos, eu tinha família, eu tinha amores, eu tinha vida.
continuamos eu e fulaninha conversando sobre muitos assuntos. comentando a vida alheia. estávamos nos divertindo. e aquilo me deixava com um senso de prazer indescritível.
eu pensava em correr pra casa e escrever muito mais sobre aquele domingo de sol, debaixo do ipê. mas minhas aulas de leitura e escrita na faculdade me deixaram bem esclarecido que por mais que eu, autor, tente escrever exatamente aquilo que eu sinto, jamais irei conseguir escrever o que eu realmente queria ter escrito, e o que sai da minha cabeça, não retorna mais e jamais será tão bom quanto ele estava lá dentro. concretizei em partes o meu sentimento escrevendo o que passou.
pra alguns, algo totalmente banal. pra mim, de repente um dia de mudança na minha vida.
[rafa agradece todos os dias por ter conhecido fulaninha e por ter a vida que tem. lamenta-se pela falta de criatividade na hora de escrever o que sente por aqui, sempre que acha importante mostrar ao mundo que tudo pode melhorar. esperança.]
31.8.09
da completude
te compraria uma rosa
mas se ela não tivesse as pétalas
pois elas, seriam a representação de quantas vezes eu te toquei
todas as vezes que nos encontrássemos
dar-te-ia uma pétala
e quiçá, um orvalho
pra mantê-la feliz e na esperança de tornar-se completa
quando completasses a rosa
e ela fosse revestida de pétalas vemelhas
tenhas certeza, meu bem
ganhaste mais que pétalas aos poucos
mas sim, meu coração ao final
segue, ó! infame amante
na busca do teu ideal de amor
na (in)consistência da existência humana
na imensidão do poder da vontade
qual o tamanho de rosa que te darias e valeria a pena completar?
[rafa tem ímpetos de poeta mal-sucedido. entende que, muito provavelmente por isso, tornou-se tradutor. declama odes e versa sobre suas desilusões sempre que entra em colapso nervoso na espera de uma mensagem.]
28.8.09
F**k You
Look inside
Your tiny mind
Then look a bit harder
Cos we're so uninspired
So sick and tired
Of all
The hatred you harbour
So you say
It's not okay to be gay
Well I think
You're just evil
You're just some racist
Who can't tie my laces
You're point of view
Is medevil
Fuck you, fuck you
Very, very much
Cos we hate
What you do
And we hate
Your whole crew
So please
Don't stay in touch
Fuck you, fuck you
Very, very much
Cos your words
Don't translate
And it's getting
Quite late
So please
Don't stay in touch
Do you get
Do you get
A little kick out
Of being
Small minded
You want to be
Like your father
His approval
Your after
Well that's not how
You'll find it
Do you
Do you really enjoy
Living a life
That's so hateful
Cos there's a hole
Where your soul
Should be
You're losing
Control of it
And it's really
Distasteful
Fuck you, fuck you
Very, very much
Cos we hate
What you do
And we hate
Your whole crew
So please
Don't stay in touch
Fuck you, fuck you
Very, very much
Cos your words
Don't translate
And it's getting
Quite late
So please
Don't stay in touch
att,
rafael lamonatto
[rafa posta esse tipo de música quando gosta muito da baladinha dançante e mais ainda quando a letra diz coisas super a ver com sua vida pessoal. volta mais tarde, after the break. ;)]
24.8.09
ela e a televisão
ela comprou a televisão. saiu da loja com uma sensação de plenitude. ao certo, ela nem sabia o porquê daquela compra. mas se sentiu tão atraída por aquele visor grande, colorido e que na vitrine da loja estava ligado num canal onde passava um filme com muitas cores. sentiu-se como um inseto em torno de uma luz forte. entrou e comprou.
pagou caro, mas isso não era problema. ela tinha dinheiro o suficiente para comprar uma daquelas todos os meses. nunca se importou com valores materiais. sentia-se muito mais atraída e espantada com os valores espirituais. naquele momento ela só precisava comprar aquela televisão para sentir-se mais completa. ela olhou incessantemente a televisão mesmo depois da compra. estava parada diante da loja, com aquela vitrine cheia de objetos dos mais variados tipos, modelos e funções. mas a única coisa que lhe chamava a atenção era a televisão, mesmo em vista de tantas outras “ofertas”. ficou ali, alguns minutos. quem a olhava pensava ver alguém em transe.
ela, sempre tão bem vestida, tão bem arrumada. aonde quer que fosse sentia-se na necessidade de estar bem. e não apenas bem externamente, mas por dentro também. tinha muitas roupas, mas gostava de usar sempre as mesmas por saber que eram aquelas que lhe davam certo prazer e conforto. aqueles dois itens necessários para que ela se sentisse bem para sair de casa. tinha um imenso prazer em estar bem, pois para ela, aquilo parecia mostrar que ela estava disposta a estar bem. tinha ideia de que aquilo fazia bem não apenas a si mesma, mas às pessoas ao seu redor. seus cabelos eram compridos e escuros, era alta e com um ar esguio. muitos a tinham como uma mulher fria e racionalista. ela apenas sentia-se sozinha. com seu jeito altivo e muitas vezes mal interpretado como esnobe, fazia o que bem entendia de sua vida. tinha pequenos prazeres os quais sempre fazia questão de cumprir diariamente. era uma mulher ocupada. muitos negócios e preocupações às vezes lhe tiravam a vontade de viver. seu trabalho não dependia apenas dela, porém, qualquer erro poderia ser fatal e quem morreria, no caso, seria apenas a pessoa responsável.
tinha uma vida social conturbada e agitada. era confortável assim, mas aquilo não lhe satisfazia por completo. ela precisava estar tranquila. ela sabia que já tinha atingido um patamar em sua vida, onde todos a queriam bem e sentiam certa necessidade de sua companhia. porém, via-se seguidamente sendo trocada por outras coisas, o que acabou tornando seu pensamento um pouco pessimista demais ao necessário. tudo era motivo de comparações, análises e estatísticas. contava às vezes com a boa vontade alheia, que nem sempre estava pronta pra ela. isso a tornava forte. aprendeu a ser sozinha, mas não solitária.
ela sentia necessidade de amar. sabia ser uma pessoa difícil de lidar. às vezes queria, às vezes não. às vezes bom humor, às vezes uma cara fechada que a tornava cada dia de mau humor um furacão sexy por onde passava. aquilo sim, lhe dava prazer. aquela sensação de mulher poderosa, cheia de energia a ser liberada. não seria fácil encontrar alguém para acompanhá-la em seu dia-a-dia, sabia muita bem disso. mas não desistia jamais.
naquele dia, estava tão feliz. acordou, levantou da cama. foi de pés descalços até o banheiro, girou a maçaneta prateada, escolhida a dedo na construção da casa. tinha um imenso prazer em estar em casa, confiava no seu bom-gosto para satisfazer-se a si mesma. entrou nua no banheiro, era como gostava de dormir. foi até o espelho e como qualquer mulher vaidosa, olhou-se dos pés à cabeça. em outros dias ela acharia muitos defeitos em seu corpo: desde aquela manchinha quase imperceptível aos olhos alheios, passando por uma barriguinha inexistente a qual ela mesmo insistia em dar a existência, até o seu cabelo desarrumado. porém, naquele dia ela mirou-se ao espelho e disse para si mesma: “ótimo!”. foi até a pia, lavou o rosto, ligou o chuveiro, esperou esquentar. colocou a ponta de seus pés sob a água, sentiu um pequeno estremecer pelo choque dá água ainda fria, com seu corpo quente. tomou um banho demorado. pegou a toalha branca, secou-se. saiu do banheiro, foi até o closet, escolheu um conjunto qualquer de roupas. atípico de sua parte, porém mesmo sem pensar, viu que suas mãos já estavam acostumadas ao bom-gosto natural que tinha. vestiu-se e saiu.
era cedo. o sol já estava forte, fazia um leve frio. sabia que teria de almoçar e ir trabalhar ainda. mas tinha em mente que era sábado e que não precisava estar preocupada com o trabalho. andou até a garagem, entrou no carro e ainda, antes de arrancar, olhou-se no espelho retrovisor e disse novamente: “ótimo!”. sentia-se estranha. mas estava totalmente inebriada com uma sensação que nem mesmo sabia qual era. estava sendo impulsiva uma vez na vida. dirigiu até o centro comercial onde ficava seu escritório. um ambiente agradável: muitas árvores, muitos bancos, chafarizes. ela gostava daquele clima que misturava natureza, um algo de retrô, tudo isso misturado à muita tecnologia. sua casa tinha muito daquilo. estacionou o carro. deixou todas suas coisas dentro dele e saiu. antes de qualquer coisa, inconscientemente tinha decidido dar uma volta no parque que tinha próximo ao seu trabalho.
como sempre, desceu do carro com muita elegância e timidez. uma mistura que quem estivesse passando não poderia não perceber e não admirar. seu andar mostrava determinação e vontade. seu olhar dizia que era muito melhor manter-se a alguns metros de distância. caminhou até o parque e ficou por algum tempo andando por ali.
voltou ao centro comercial, almoçou sozinha no restaurante. alguns olhares furtivos eram lançados a sua figura, porém nenhum era o suficiente para corresponder aos grandes olhos negros, cheios de mistérios que respondiam com tamanha graça e força. terminou seu almoço, deu-se ao luxo de uma grande trufa de chocolate. saboreou-a com grande entusiasmo, até lambuzou-se. por um minuto ficou sem graça pelo feito. logo após refez-se do acontecido e brincou consigo mesma: “ótimo!”. saiu do restaurante, dirigiu-se ao trabalho. entrou em sua sala, sentou-se em sua cadeira e trabalhou. algumas horas depois, olhou em seu relógio e constatou que tinham se passado quase quatro horas que esteve concentrada em seu trabalho. sentiu-se novamente estranha, porém bem e feliz.
não tinha planos pr’aquele dia. todos ligavam incessantemente, mil convites, muitas dúvidas. decidiu por desligar seu celular. do outro lado do centro comercial, ficava o shopping. resolveu ir até lá. não sabia o porquê. normalmente shoppings não chamavam muito sua atenção. foi.
começou a caminhar e então não resistiu àquela televisão. primeiramente, seguiu-a com os olhos muito minunciosamente. analisou cada detalhe, percebeu que o bordô encardido e escuro que predominavam lhe atraiam muito. queria tocá-la. por um momento sentiu-se idiota. quem quer tocar numa televisão? mas ela sentia-se na necessidade de fazê-lo. foi então que decidiu entrar na loja e comprar. mas ao efetuar ao pagamento ela não sentiu que estivesse comprando a televisão, mas sim que a televisão a tinha comprado. achou aquilo esquisito. pensava na televisão como algo misterioso a ser descoberto.
depois daquele primeiro contato com a televisão bordô, ela teve de esperar alguns dias até que a televisão chegasse até sua casa. durante aquela semana de espera, sentiu-se muito estranha. a todo momento esperava em ver a televisão novamente. e durante toda a semana ficou na espera. até que no sábado seguinte, acorda com a campainha tocando: era ela! aliás, era o entregador com ela em seus braços. ficou feliz, de um modo muito estranho feliz. ela não sabia nada do que estava acontecendo consigo. assinou os papéis, agradeceu ao rapaz, fechou a porta e caminhou em direção à caixa. lacrada. sentia uma tensão em seus músculos. seu sorriso variava do medo ao êxtase. com cuidado cortou o lacre, passou a mão pela caixa. abriu uma das tampas, viu que até o fundo dela ainda existiam muitos papéis até ela poder tocar na sua superfície lisa e firme. foi, aos poucos, retirando os isopores, papéis e todas as coisas que atrapalhavam a sua visão completa daquele colorido que lhe chamava atenção. então conseguiu desfazer-se de todas as caixas e papéis. colocou-se à frente da tela. antes tinha ligado os cabos à tomada. antes de ligá-la, sentiu-se com uma imensa vontade de acariciá-la, tocá-la, sentí-la. pensava estar louca, mas aquela sensação lhe trazia muita liberdade e prazer. fez tudo o que teve vontade. sentiu que estava pronta pra ligá-la. apertou o power. esperou alguma reação. a luz interna brilhou. alguma imagem estava por vir. apareceu uma mensagem. ela disse: “ótimo!”
ela, ela precisava de um código para poder usufruir totalmente daquela televisão. podia tocá-la e sentí-la o quanto quisesse, mas precisava esperar o código chegar para poder alcançar até o mais íntimo daquele objeto que a fascinara. sentiu-se fraca, nula, impotente. porém pensou, que mesmo sem o código, ela ainda a mantinha sob poder. poderia cuidá-la até o momento de o código chegar. era tudo uma questão de tempo.
19.8.09
back in time
17.8.09
do nada
9.8.09
(feliz) dia dos pais
23.7.09
férias (?)
14.7.09
abandono
(baseado em pato fu)
mais pra não dizerem que te abandonei meu filho, não fiques triste.
[rafa anda realmente desligado. pensa que postar aqui seja um necessidade, mesmo que a vontade seja zero. escreve merdas depois de notícias nem tão agradáveis de seu médico.]
30.6.09
ode à cadela cancerígena
ó tu! que fostes por tantos anos minha companheira
ó tu! que muito me aturastes: em dias bons e ruins
ó tu! que passaste noites a fio cuidando de minha casa e de mim
ó tu! que sem cobrares nada sempre esteve ao meu lado
ó tu! que a tantos fez cara feia e assustou
e que a muitos que vos tivesse agradado, dedicou penhor!
ó tu! que percebeste os menores movimentos possíveis, sempre alerta
ó tu! que hoje sofres com as ancas inchadas de tanto amor cedido
a ti concedo meus agradecimentos por tantos anos de carinho e confidências!
a ti resguardo as melhores lembranças, desde sua fase de vida íntegra, até a chegada lenta e carnívora da morte
a ti, que quase sem pelos já, ainda assim me devota uma lambida de boa noite junto de meu cigarro, prevalece os anos de minha e tua velhice
a ti, que aguentou-me em tantos momentos variados, minhas sinceras desculpas
a ti, que com olhos brilhantes me esperastes acordada nas madrugadas, que durmas em paz
a ti, que muito debilitada ainda vive por temer nossa ausência, devoto meu respeito
a ti, que irás fazer falta a todos que encantastes durante a vida, meus sinceros agradecimentos
a ti, que não levas o nome de uma flor, mas sim da flor, minhas memórias de infância corrida ao teu lado
a ti, que me seguistes e que fostes minha primeira responsabilidade, meu obrigado
por ter-me ensinado coisas sem proferir uma palavra
vai morte, a carrega de forma indolor e com respeito
é tudo que ela merece e deseja.
ao cancer, que morras junto com ela e a ninguém mais retire a vida.
[rafa chora e escreve ao ver sua cadela em um estado debilitado de vida e quando pensa ver uma lágrima escorrer do rosto de uma cadela. ela que o acompanhou por 15 anos de vida presta essa homenagem a sua fiel Florentina (sim, ela merece a letra maiúscula nesse blog). agradece a deus por aquele animal que de tão inteligente não luta contra a dor que sente, por saber que ela é infame e irreversível. com os olhos inchados, posta aqui por motivos importantes]
22.6.09
20.6.09
cansaço
ao contrário do que se pensa, eu estou cansado. pois é, bem cansadinho, diria eu e aos gritos, ainda por cima.
ultimamente tudo tem sido tão feito a pensar, pensar, pensar e pensar. aí, pra melhorar um pouco, eu penso mais um pouquinho e chego à conclusão de que pensar tanto, sobre tanta coisa é quase tão útil quanto sair de guarda-chuva em dia de sol. por um lado, a gente leva o guarda-chuva por precaução, nunca se sabe como o tempo irá ficar, porém completamente desnecessário, por que, mesmo que chova, não faz mal algum se molhar um pouquinho até chegar em casa e tomar um banho reconfortante e quentinho.
entre conversas, surge o fato: you can't stand it anymore, can you?. não, não aguento mais. é tanta coisa, tanta pressão. e, infelizmente, o meu único sentimento é o de impotência. e não honey, não é o cigarro! é impotência perante às coisas importantes. é ruim ter a consciência de que não se pode fazer nada, por que afinal, não depende de ti. minha vontade é de chacoalhar e dizer: poxa! tu não enxergas?! pra mim é tudo tão óbvio, complicado mesmo acho é entender o que me pedem sem me falarem. volto então à inércia da impotência. já diriam os rapazes do keane: "tied up to the ground" - bem assim mesmo, amarrado, sem força e muito menos vontade pra seguir.
alguns me tem por uma pessoa que acredita demais nos outros. sim, sou bem assim. confio e acredito que o mundo pode ser melhor em muitos aspectos a partir da boa vontade do homem. creio sim que podemos ser melhores uns para com os outros sem muito stress. sempre acho que tudo que é feito hoje, pode ser repensado amanhã. acredito na mudança das pessoas. porém, muitos fatos já me levaram a desistir dessa ideia. contudo, alguns outros me deixam realmente firme na luta da crença (meio utópica) na bondade humana. acho que vai chegar um dia em que vão olhar pra trás, ver o que foi feito e tentar seguir com outra ideia. no meu caso, estou esperando uns bons 15 anos da minha vida isso acontecer, porém 'tá difícil'.
penso também se é possível ser tão cego? tudo bem, já dizem as línguas que o pior cego é aquele que não quer ver. concordo. mas não entende o porquê deste 'não querer ver'. algum motivo específico? medo da realidade? vergonha de aceitar os próprios erros? isso é ser homem! não a violência explícita que faz o outro chorar. isso só causa mágoa, constrangimento e dor.
tudo poderia realmente ser mais simples. é só não termos aquela habilidade nata de querermos complicar tudo. não é à toa que descobriram há muitos e muitos anos que 2+2=4, porém até hoje existem pessoas que tentam explicar se é isso mesmo ou não. ok, podemos até entrar na discussão da vontade de comprovar pra descobrir o novo. mas tem certas coisas que não são necessárias à prova. já estão delimitadas e demarcadas. diriam muitos amigos meus: aceita. bem isso, aceita e não complicado. muito obrigado por ouvir!
enfim, esse texto realmente não teve um fim muito específico, muito menos uma intenção explícita. mas como já citei, não precisa ser entendido o porquê pra ser aceitado. já diria clarice lispector: 'não tente entender. viver ultrapassa qualquer entendimento.' obrigado por existir clarice, vou tentar espalhar sua ideia por aí e com grande e boa intencionalidade.
[rafa deságua suas ideias aqui sempre que sente sua mente transbordar. passa por n situações em sua vida que o levam a crer que o mundo não faz sentido algum. se auto-corrige e edita sempre que possível e com grande mágoa de vida no peito gritando por socorro.]
7.6.09
bonitos também sofrem [parte 2]: a teoria.
bom, começo dizendo que muito provavelmente, ao final de teorizar algumas coisas, muitos irão rir, outros odiar e outros até vão parar pra pensar. eu, mesmo, só quero expor algum sentimentalismo sobre o que eu penso.
deixando um pouco de lado explicações, vamos ao ponto de onde surgiu esse conceito complexo. certo dia um amigo (e colega de faculdade) me faz a seguinte pergunta numa tarde meio cinzenta: “rafa, como é ser bonito?” à luz da questão, dei uma boa e alta gargalhada e não respondi. primeiro, por não me considerar e me enquadrar na legenda de “bonito”, segundo porque eu não tinha como dar uma resposta àquela pergunta tão impertinente.
pela definição:
bonito
bo.ni.to
adj (cast bonito) 1 Agradável à vista, ao ouvido ou ao espírito.2 De rosto agradável. 3 Nobre, generoso. 4 Bom, apetecível.Antôn (acepções 1, 2 e 3): feio. sm 1 Brinquedo de criança. 2Ictiol Nome comum a vários peixes da família dos Escombrídeos, intermédios em tamanho e outros característicos entre a cavala e o atum, que é maior. 3 IctiolO mesmo que bonito-pintado. 4 Ornit O mesmo que gaturamo-verdadeiro. B.-cachorro: peixe marinho, da família dos Escombrídeos (Auxis thazard), de carne muito oleosa, pouco apreciada como alimento; cachorro. B.-de-barriga-riscada:peixe marinho da família dos Escombrídeos (Gymnosarda pelamis). B.-do-campo: ave da família dos Traupídeos, espécie de gaturamo (Chlorophonia cyanea cyanea). B.-pintado: peixe marinho da família dos Escombrídeos (Gymnosarda alleterata); bonito, curuatá-pinima. Bonito! ou muito bonito!: exprime desagrado e reprovação perante algo que, na realidade, se acha feio e ruim.(HTTP://michaelis.uol.com.br)
então, o que seria ser bonito? em verdade, ser bonito está apenas à definição de quem acha o outro ser bonito. totalmente ligado ao sentido que a primeira pessoa tem sobre a terceira pessoa. classificar bonito remete à uma outra definição: a de beleza.
segundo a wikipédia:
a beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta. suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo.
o conceito é humano, mas suas expressões são próprias da natureza, pois em parte está assentado sobre diretrizes biológicas que são ativas em inúmeras espécies superiores de seres vivos, como por exemplo, as aves e os mamíferos. através deste aspecto, a beleza pode ser compreendida como elemento importante no processo evolutivo das espécies em questão. até então, a beleza pode ser mensurável, já que está subordinada a padrões específicos. mas no universo humano, ela não se resume a isso.
voltando, o fator beleza está estritamente relacionado àquilo que está fora de nós mesmos. pelas definições históricas e filosóficas, a beleza define-se por padrões. porém, fica claro que estes padrões são mutáveis. pensando pela época do renascimento, os padrões de beleza são totalmente opostos aos padrões de hoje. a amiga gordinha de hoje, se vivesse no renascimento, seria a gata gostosa; as curvinhas e sobrinhas eram muito valorizadas. nem tanto tempo atrás, isso ainda era muito valorizado. já dizia minha bisavó que em sua época muito distante as mulheres eram comparadas às vacas. não, querido leitor, não tenho descendência indiana. apenas a comparação justa da época era a seguinte: estamos em um campo e estamos à procura de uma vaca para a nossa fazenda. qual seria a escolhida? obviamente aquela que parecia mais saudável. qual era o conceito de saudável? aquela vaquinha linda e mais gordinha possível.
hoje em dia o padrão de beleza é outro. falando sobre ambos os gêneros - e bem por cima, mulheres devem ser magras e homens fortes. em todo o caso, o padrão de beleza do homem sempre foi mais encoberto pelo padrão de beleza da mulher, afinal a mulher, maior parte do tempo, foi o objeto (leia-se objeto num sentido bom) de desejo e de admiração; falo das musas inspiradoras, ninfas, sereias, etc. o padrão masculino desde muito tempo vem do fato de o homem ser alto e forte; aquele padrão que definiria um bom pai de família, um bom protetor à mulher e sua cria e, outras coisas do gênero. claro que, com o tempo, e hoje em dia isso é muito expresso, a beleza masculina tem mudado e com grandes mudanças referente a qual tipo de homem se espera na modernidade. as mulheres por outro lado, hoje em dia têm se transformado em modelos dos quais jamais foram vistos antes, aquele modelo de magreza extrema. ao meu ponto de vista, a beleza feminina (e aqui falando apenas da parte externa) não pode ser ligada às mocinhas que tem doencinhas psicológicas do tipo bulimia e anorexia. esses distúrbios, pasmem, vieram à tona após a onda mundial da magreza. essa onda estética -e aqui outro termo muito contraditório- veio junto com a evolução do homem, da comunicação e por aí vai. é fácil então dizer o porquê da mudança dos padrões. tudo gira em torno de épocas, valores, conceitos, formas de vida e sociedade.
a intenção aqui era continuar falando sobre o fato do “bonito”, não excluindo a palavra bonita, claro. o fato continua sendo aquela pergunta que ficou ecoando na minha cabeça. como é ser bonito? se alguém tem um grande amor próprio e pouquíssima vergonha na cara, por favor, se jogue e nos diga. conceituar beleza, belo, bonito e todas as suas formas morfológicas é complicado.
no meu caso, tenho a idéia de ser bonito pelos outros (e não gente, isso não é “se achar”). já ouvi isso muitas vezes, porém tenho a plena consciência de mim e claro, lembrando sempre que a beleza está nos olhos de quem vê; nem a todos eu agrado. porém, você aí que me lê com certeza é bonito ou bonita. e aqui entramos em outra discussão, ser bonito aos olhos de alguém, implica mais que apenas a beleza estética (e viva a junção de termos extremamente abertos em questão de significado), implica todo um conjunto social conjugado. quem nunca conheceu um gatinho ou uma gatinha na balada, na rua, no bus e achou aquele, o amor de sua vida, tudo mentalmente resolvido pela estética bonita da pessoa? aí, acontece o pior. todos os nossos sonhos (por que por este tempo já estamos casados, com filhos e morando em uma linda casa) vão por água abaixo, porque conhecemos a pessoa e ela tem uma beleza interior, nem tão fascinante assim (pra não dizer totalmente deprimente e a gente até pensa que nem nascendo de novo vai ajudar). a tal beleza interior interfere – e muito!- na beleza exterior, ou estética.
em suma, tentei teorizar, amigo, o que é a beleza. temos que entender que será uma tarefa árdua e nada do que eu escrevi aqui é uma grande novidade. apenas algumas poucas verdades sobre as quais é possível a gente começar a pensar e entender o fato de como é ser bonito e finalmente chegar ao tão aclamado fato de explicitar melhor o porquê de os bonitos também sofrerem.
quer saber mais? joga tudo no Google e na Wikipédia e pergunte aos oráculos sobre: beleza,estética e afins.
[rafa tem tido pouco tempo de ociosidade nestes últimos dias. tem-se mostrado ferrenho em suas lutas e jornadas diárias. escreve sempre que o fator beleza torna-se algo muito valorizado pelos outros e isso acaba o irritando profundamente. fuma e é bonito por aqui sempre que pode e fica com vontade de por a cara à tapa]
2.6.09
nobreza
24.5.09
lema
13.5.09
o texto do sempre
4.5.09
looking for
22.4.09
aleluia
19.4.09
caio na pobreza
11.4.09
futebolês
ultimamente essa onda futebolística tem meio que tomado conta do meu dia a dia.
clássicos jogos disputados não só dentro de campo, mas principalmente fora dele. é aquela onda de emoção sair ali na queridíssima cidade baixa e ver uma onda de pessoas, todas vestidas com suas cores prediletas (total mensagem subliminar sobre para qual time se torce).
tem de tudo. podemos ver gente educada, outras nem tanto outras ainda, sem educação alguma. tem gente no bar que grita, tem gente que chora na rua mesmo. tem gente em pé, tem gente sentada no cordão da calçada. tem garçom que fica parado, olhando fixamente pra tv, com uma bandeja cheia de copos e garrafas por serem entregues pr'aquela multidão. tem motorista que nem presta atenção na sinaleira que acaba de abrir; melhor ainda é ver que as buzinas até demoram a começar: estão todos hipnotizados pela voz que vem do rádio numa velocidade quase como se estivéssemos ouvindo algo em russo.
a cena é: eu, em pé, na frente de um bar atrulhado de gente. por motivos maiores, não pude por a minha camiseta azul (vide acima algo sobre mensagem subliminar), mas o sentimento era sempre quando as listras corriam pra mais próximo do gol adersário. sempre fui bem aí pros meus preceitos de futebol: meu time, amo, torço, vou ao jogo quando posso e vejo na tv na mesma medida. passou disso, futebol=futilidade. mas não consigo deixar de lembrar que nesse domingo em pé, na frente do bar... eu me senti um ponto ínfimo na multidão das ruas. vi que há tantas coisas nesse mundo que poderiam ser mais úteis à humanidade se as pessoas tomassem parte por elas. but, not! o futebol vence. e não há como negar - também sou vencido. às vezes me dou ao luxo de pensar que posso ser melhor que muita coisa. mentira, boa e da pura.
primeiro analisei todo o contexto geral: eu realmente estava na frente de um bar, torcendo (pra não dizer sofrendo). ao invés de estar em casa fazendo algo mais inteligente, culto, ou mesmo prático, sei lá, estudando. mas não! tive um 'atraque motal' sobre a minha situação naquele momento. e eu realmente estava ali. no sentido literal, não quando como a gente vai pra aula, só em corpo presente. naquele momento minha mente e meu corpo estavam fundidos com os das outras milhares de pessoas que no mesmo horário que eu, estavam parados, esperando o apito final.
e é incrível! a vibração. a adrenalina. os atos impensados ('passa essa bola, infeliz!'). e o arrepio. ah! a melhor parte. mesmo ouvindo um hino rival, é lindo ver que é possível termos pessoas, e ali, não importa cor, não importa sexo, não importa idade, tamanho, tamanho do pé, função social, altruismo, crenças; todos, e eu saliento todos, estão unidos num uníssono cantando a mesma música, com um mesmo objetivo: torcer. é maravilhoso o coral que se forma, sem nenhum regente, sem nenhuma banda. mas a música e o sentimento fazem com que se consiga o som perfeito, a harmonia tão requisitada por muitos músicos. e é tudo amador!
nesse caso, eu agradeço ao futebol. faço uma grande saudação aos criadores, aos jogadoes, aos técnicos e todos que fazem com que o futebol seja ainda a grande paixão nacional. mas agradeço por me permitir entender que essa outra forma de expressão popular deixa margem pra esperança. esperança na igualdade. foi vendo uma cena banal que eu me dei conta que ainda há sim o que se fazer com o mundo. há ainda uma forma de mostrar a todos que todos são um só, um mesmo, num planeta gigante. e isso dá um orgulho danado. eu realmente posso pensar que ainda há no que acreditar. nesse momento é o futebol que une, e quem sabe do futuro?
e nisso me despeço contrariando uma amiga (descrente na humanidade) minha: 'não e., a gente pode confiar sim nas pessoas e no mundo. só temos que achar aonde estão as nossas pessoas e o nosso próprio mundo!'
[rafa é gremista e fica emocionado ao escrever sobre qualquer coisa, triste porque seu time perdeu. mas continua caminhando e escrevendo a mesma idealização sempre que seu subconsciente aceita trabalhar.]
5.4.09
31.3.09
parei e pensei
30.3.09
sem palavras
9.3.09
2.3.09
gêmeos de pais separados
'Almas perfumadas
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia.'
26.2.09
acabou, acabou
é, realmente é esse meu pensamento. calma! logo darei alguns motivos.
começando pelo fato mais clássico: aquele calor infernal que faz todos nós suarmos que nem suínos em uma estufa. fora o detalhe de que (óbvio, pra quem curte) quer coisa mais nojenta que ir a uma festa no verão? toda aquela gente suada se esfregando. ill! aí depois querem entender o porquê de os filhos chegarem bêbados das festas; taí um bom motivo - pra não terem que perceber essa perca de classe dos povos bárbaros frequentadores de festas de verão. aí hei de concordar que a bebida tem sua dose de salvação.
outro ponto que me deixa com um pé atrás com o verão. é óbvio, todo mundo deseja (clama!) por férias, um tempinho de descanso de um ano estressante, mas chega um ponto que até as férias enjoam! eu tinha prometido (pelos saldos do ano passado) não pegar um livro sequer pra ler. contudo, meu tempo ocioso neste verão foi tão, mas tão longo que minha prateleira já estava fazendo terrorismo comigo e atirando os livros sobre mim. logo, vi-me obrigado a ler. awful! (e continuo lendo o bendito livro, se querem saber). mas voltando ao assunto, é um tempo ótimo que eu acho até injusto alguém não poder ter ele como parte do seu calendário anual. fico pensando nessas pessoas que trabalham (e muito!) durante os doze meses do ano pela eternidade. vai parecer até que eu estou sendo fútil e esnobe. não! estou tentando apenas mostrar que tudo que é demais realmente enjoa e não faz bem! e continuando na parte da ociosidade, quer coisa pior que o ócio? a não ser que ele seja um puta criativo, ele não faz nada bem, leva a mente a lugares jamais imaginados e com visões diabólicas da vida! jesusacendeessaluz! como diriam alguns conhecidos: xô! uruca! (acrescentaria um 'da braba', pra deixar bem clara a minha idéia).
agora, pior que tudo isso é tu ainda ter consciência que o litoral é tão perto e ao mesmo tempo tão distante, diria que em momentos por falta de cias, por falta de $$ tempo, falta de meio de transporte, ou ainda, em alguns casos, contrariando a teoria, o tempo, o clima, enfim; não ajudar em nada!
depois vêm aquelas festas típicas de verão em cada canto do mundo. aqui na minha volta existem duas. uma que é um planeta de tanta gente e o famoso carnaval brasileiro. quando se tem consciência que esses dois eventos importantíssimos pra tirar o verão de qualquer um da miséria tornam-se quase a lua, de tão distantes, o verão consegue ficar pior ainda...
fora o fator sem trabalho = a sem dinheiro (que eu prefiro nem comentar e deixar a pequena equação deixar falar por si mesma)!
tentando pensar positivamente um pouco, pelo menos; fico feliz por saber que logo, logo tudo que eu mais gosto volta ao normal. volto ao trabalho, volto à faculdade, volto à rotina!
ah! podem me chamar de louco, mas eu realmente a-d-o-r-o a minha vidinha corrida de todo o sempre! todo dia aquela pressão, aquele chá de banco de ônibus, sem falar nas horas nas paradas, não há como esquecer; professores chatos de matérias ótimas, professores ótimos de matérias chatas; meus queridos alunos gritando e falando em português all the time; as minhas frequentes dores de cabeça, as provas me deixando de cabelo em pé, aqueles malditos trabalhos inúteis; minhas ótimas idas até os confins da face da terra pra poder ter aulas com os cachorros mais inteligentes da face da terra; aquela cobrança diária de todos os círculos sociais; sem contar quando a gente inventa de namorar, aí sim!
huuum, vou até parar por aqui, que me dá mais vontade ainda de que segunda-feira chegue o quanto antes!
(ok, eu sei que lá no fim do semestre eu vou me arrepender de c-a-d-a palavra maldita aqui. e muitos vão até rir, por que eu sei muito bem como eu fico nessas épocas, mas nesse meu momento de ócio levemente criativo, essas palavras foram lindas!)
13.2.09
jason mraz
tem um estilo todo próprio, tanto no vestir-se, quanto as suas músicas; que a gente consegue notar que rola de um tudo pouco pelo fundo; misturinha de reggae, um popzinho, e de quebra até um folk.
esse vídeo foi de um show do bacana que realmente dá uma invejinha de não se poder estar lá sentadinho batendo palmas...
bom, divirtam-se!
quer saber mais? jasonmraz.com
10.2.09
amazing
segue abaixo o tal 'jogo'; pra mim, mais um teste de autoanálise que um jogo, enfim...
regras:
escolher um cantor, dupla, grupo, como quiser;
a cada pergunta feita temos que escolher um título de uma música do(s) escolhido(s);
nomear outros blogs para repassar o desafio.
grupo escolhido: robbie williams
és homem ou mulher? better man
descreve-te: misunderstood
o que as pessoas acham de ti? advertising space
como descreves o teu ultimo/ atual relacionamento? come undone
descreve o estado atual da tua relação: somethin’ stupid
onde querias estar agora? tripping
o que pensas a respeito do amor? sin, sin, sin
como é a tua vida? rudebox
o que pedirias se pudesses ter só um desejo? rock dj
escreve uma frase sábia: i just wanna feel real love
.
grupo escolhido: nenhum de nós
és homem ou mulher? astronauta de mármore
descreve-te: você vai lembrar de mim
o que as pessoas acham de ti? feedback
como descreves o teu ultimo/ atual relacionamento? eu caminhava
descreve o estado atual da tua relação: vou deixar que você se vá
onde querias estar agora? julho de 83
o que pensas a respeito do amor? eu não entendo
como é a tua vida? da janela
o que pedirias se pudesses ter só um desejo? santa felicidade
escreve uma frase sábia: adolescência vazia, eu tinha quase 16, ninguém me compreendia, e eu não compreendia ninguém
3.2.09
radicalismos
e pra aproveitar;
hoje fiquei realmente apavorado com uma certa notícia na tv: dois jovens foram literalmente atacados por um homem que, após matar o rapaz de 22 anos, violentou e, se não me engano, também atirou, na namorada do rapaz.
até aí, uma notícia que eu teria como 'comum' nesses nossos queridos noticiários diários, porém o fato mais impressionante, ao meu ver, foi o local: uma trilha movimentada numa praia do paraná cheia de turistas nessa época do ano.
apavorante que nem a morte tira férias...
1.2.09
e é cada uma que me aparece...
a - vocês são irmãs?
1 - sim!
2 - não, eu sou prima.
3 - e eu sou amiga.
logo, não são irmãs.
[2] amigos:
v - como assim?
r - ah verônica, tenha dó!
a - certas coisas nunca mudam...
a - oi! hoje é um dia feliz!
r - oi! hoje é seu dia de sorte, acabou de me conhecer!
r - por que o pé do benedito? qual seria a relevância do benedito?
t - mas não era o do cabrito?
a - sempre ouvi do cabrito!
r - enfim!!! é a mesma coisa que falar sobre onde o judas perdeu as botas! alguém me explica o porquê do lugar ser tão longe assim?
d - como assim v...?
r- pára! lembra que tem uma aqui do lado!
r - pergunta se é, caso não seja, a vê fica!
v - hein?!
r - tá com algum problema?
a - não! nenhum!
r - e por que ri tanto?
v - olha isso também!
a - exato! olha tudo isso e vê se tem condições!
v - adoro sunga branca!
r - ok! eu faço tu tropeçar!
a - gente fissurada num labrador!
a - gente fissurada num buraquinho!
entre milhares de outras pérolas... e segue o verão!
26.1.09
20.1.09
álbum de recortes
basicamente foi isso mesmo! andava meio de saco cheio e com um ócio de criatividade incrivelmente afiado. acontece. pensei até que andava com uma crise, fui correndo e peguei um livro pra ler na prateleira.
sabia que aquela ideia de "não vou ler um livro sequer no verão" não ia rolar. uma vontade insaciável, eu diria. misturando assuntos e fatos, 2009 teve aquele início que eu tanto esperei: totalmente novo, com um design mais moderno e com utensílios e apetrechos novos que eu gostaria muito de usar. muitas pessoas já vieram (e com certeza já foram também).
fui até ao cinema, sabe-se lá desde quando isso não acontecia. e foi lindo! cias ótimas, carinhos perfeitos, um filme que mexeu com todos à minha volta (penso que não foram à toa todas aquelas lágrimas que rolaram bochechas abaixo). mexeu tanto com as emoções que no outro dia já estava quase ganhando um afilhado ou afilhada de quem 'jamais teria filhos'.
fui ao teatro também! gargalhadas aos montes com uma peça ao estilo 'venha ter dores na barriga'. e depois da peça? ó destino cruel o dos amantes! o que fazer? 'tô por vocês...', 'pois é, eu também tô por vocês...', mas enfim, tudo acaba maravilhosamente bem!
aí vem a insegurança, o medo, aquele frio na barriga, quase como diria nossa sábia bibi (vulga Maysa) 'do que você está falando?' e com certeza não era de batatas que eu falava. aquela sensação de preenchimento vazio, de uma pequena longa distância, aí lembro da madonna 'like a virgin, when your heart beats, next to mine', e quando não está perto? sinto como um fracassado, que pôs tudo a perder.
uma confusão dos infernos, que eu to adorando! um filme que há meses estava para ser visto também tomou seu espaço no álbum de 2009: e há quem diga que o destino de amelié poulain era difícil de entender, mas basta alguém pra explicar que fica tudo bem!
com encontros e desencontros, crises, muitas risadas, altos índices de amor no ar, contas sendo postas em dia, dias péssimos de chuva em casa, dias ótimos de sol - também em casa, a praia se tornando cada vez mais uma lenda urbana, o mês de janeiro dizendo tchau lentamente e minhas férias quase acabando, vou ficando por aqui com mais uma reclamação: por que os dias não têm 48 hs? mas o que poderei eu fazer, não é?
7.1.09
ironia
voltei daquela maratona de festas, orgias gastronômicas, risadas intergaláticas, entre outras cositas más, num pensamento meio fixo: com certeza um ano novo, mas fazer nele uma vida nova, só vai poder ser dito lá no final dele. é, acredito sim, que na virada todos tenham seus momentos íntimos de pura reflexão, aquele momento de eu + eu, contra mim mesmo. aquela hora em que muitos fazem pedidos, muitos agradecem, muitos apenas choram...
tive n motivos pra fazer muitos pedidos, mais motivos ainda pra agradecer e muito mais motivos ainda pra chorar. sim, chorar! tal uma criança quando se perde um doce. o por quê do choro? talvez felicidade, talvez alívio, talvez tristeza, talvez medo, talves ansiedade...fico ainda com a possibilidade de que foi tudo isso misturado.
pensei que seria uma virada diferente, foi uma ligação atípica, um alô meio desconfiado, logo depois um sorriso e eu já estava contando ondinhas e falando no telefone. -feliz ano novo!, foi dito com tanta espontaneidade que até me surpreendeu. o meu pensamento era: 2008 foi bonzinho comigo ainda, mesmo que no final.
mas logo aquela injeção de realidade faz efeito e vem tudo por água abaixo. ironia do destino? por que não? eu já tinha feito aquilo. eu já tinha feito alguém passar por aquela situação. era minha vez agora, de sentir o gosto amargo da rejeição. poxa! logo agora que o passado tinha sido substituído.
tento comunicação, ela fica cada vez mais escassa. os amigos dizem: esquece!, mas só nós sabemos o que se passa dentro de nós (às vezes nem sabemos tão ao certo assim, mas enfim). e, agora, eu não quero esquecer. fico triste, me impressiono como alguém pode mexer tanto conosco, penso que estou idealizando algo - será? só irei saber se tentar.
baixar a cabeça eu não vou, já fiz isso muitas vezes, agora eu vou lutar por aquilo que eu quero, por quem eu quero. se não valer a pena, paciência, pelo menos eu tentei.
por que é tão difícil fazer alguem gostar da gente?