30.10.08

pátria amada, brasil?

bom, realmente eu não sei há quanto tempo foi escrito e muito menos os motivos pelos quais esse texto surgiu; contudo, achei extremamente interessante os comentários feitos pela psico-pedagoga holandesa deborah clasen sobre o brasil. uma visão crítica muito bem fundamentada e que realmente leva por alguns segundos a imaginação a um patamar de orgulho pelo país. claro, todos sabemos pelos inúmeros infortúnios e problemas que o brasil enfrenta. não somos tolos, silly people (pra deixar mais clara a minha ideia). temos plena consciência que os comentários são sim, muito bem embasados, com um tom irônico nem um pouco convencional, diria que quase gritante. porém, é ainda, muito difícil crer que essa ideia de brasil-nação-do-futuro é muito complexa e contraditória.
pensar num país com uma problemática tão extensa e contrapor isso com um texto deste calibre, mostra que ou realmente concordamos com a ideia gringa de brasil-podre, ou então somos os deslumbrados e apaixonados por um brasil utópico. bom, não quero formar opiniões aqui, mas deixo claro que ao ler o texto fiquei impressionado e do início ao fim arrepiado. exagero? de repente eu veja, por essa reação, que eu ainda tenho uma esperança de crer piamente em todas essas verdades ditas. vale a pena ler:

por deborah clasen (num ctrl+c, ctrl+v bem pegado, sem alterações):


"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado.
Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.
Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o
sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.
Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas
enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.
Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.
Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e
qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de 'Como conquistar o Cliente'.
Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.
Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.
Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.
Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5.. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.
Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.
Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?
1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?
3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?
Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.
É! O Brasil é um país abençoado de fato.
Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.
Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.
Bendita seja, querida pátria chamada
Brasil!!"

29.10.08

a quatro dias do passado

hoje acordou um dia cinza. não sei se por ironia desse mundo que ultimamente me surpreende cada vez mais com os sinais mandados; mas sim: hoje, definitivamente, é um dia cinza.
foi hoje que me dei conta que estou a quatro dias de transformar a minha vida. calma. parece estranho; na verdade o é. que confusão! pra quem prefere entender as coisas às claras, de modo simplificado, digo que estou a quatro dias de uma lembrança. opa! continua estranho...
sei que estou a quatro dias de uma lembrança extremamente clara, estou a quatro dias de ter minha vida completamente mudada, completamente e literalmente de pernas pro ar. continua difícil, eu sei; continua difícil pra mim também. estou a quatro dias de perceber que tudo o que eu já vivera, quase que completamente, foi sem sentido. bom, nem tanto, mas daqui a quatro dias eu sei que tudo que eu tinha por certo, se tornou errado. porém, como diz a música, as coisas são com elas são. isso me lembra a propaganda de um refrigerante qualquer: as coisas como elas são!
em quatro dias tudo escorre lentamente. tudo vai viajar por outras dimensões pelas quais nem minha mente altamente capacitada em matéria de loucura, sequer imaginara.
a pergunta mais precisa é: quem diria?
ninguém diria! mas acontece - por acaso, por destino, ou por sei lá deus por quê; mas acontecem. dentro de quatro dias, contando esse momento em diante, que tudo de mais improvável vai acontecer. foi a partir daquele momento, até o atual que eu tive certeza de que meu mundo começou e acabou. trágico? não é a intenção. a intenção é mostrar, e desculpem as repetições, a intensidade de tudo que foi vivido.
daqui quatro dias também, eu sei que nada vai acontecer de extraordinário, vai ser apenas mais um dia 2 de novembro qualquer, que pra mim vai ser a data onde realmente eu vou relembrar o que morreu. não sei ainda, ao certo, quais sentimentos estarão por explodir daqui quatro dias; a dor pode aparecer, a saudade apertar lá no fundo do peito, a alegria pode tomar conta de mim, a tristeza pode se abater, ou pode mesmo,acontecer tudo isso ao mesmo tempo, sem aviso prévio, vai ser mais um dia de loucura interna.
mas quer saber, é preciso se adaptar, vai!, continua!, lembra! e seja feliz; passa por cima do orgulho e procura pra pelo menos um abraço e dizer que foi tudo muito importante, marcante e que eu jamais vou esquecer.
é tudo uma lembrança tão viva, que um ano se passou e eu nem percebi...

26.10.08

hahaha

e é domingo pela manhã. tá, nem tão manhã assim... já passam das 14, porém, como acabo de acordar, é manhã!
só pra deixar claro que esse post não tem uma função específica, tendo como que os outros todos tiveram... enfim, esse aqui é mais pra lembrar os fatos engraçados do final de semana:
- começando por um sexta-feira 'mucho loca', com altíssimas conversas msnicas: nada como ter dois amigos que se prestam a fazer besteira contigo até virtualmente. segue um mero pedacinho:

v diz: ai que mico!!! caí!
d diz: hahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
d diz: essa festa tah me dando dor de barriga de tanto rir!
d diz: ou será da cervejinha?

mais alguns momentos de 'totally out of the little house' e:

v diz: quanta baixa renda!!!
v diz: o travis não eh mais o mesmo.

minutos depois:

d diz: daqui a pouco vou começar a chamar de 'tias'
v diz: só falta o tarcísio.
r diz: (alguem salva essa conversa peloamordavacajersey)

e isso foi só na sexta, fora a tarde de sábado hilára revendo pessoas especiais e tendo alguns acertos, mesmo que virtuais, extremamente necessários à minha sobrevivência.
vou ficando por aqui, por não ter muito mais a dizer.
voltaremos...

20.10.08

peças


tem vezes que parece que o mundo está de brincadeira contigo. às vezes eu acho que certas coisas que acontecem nas nossas vidas acontecem, realmente, sem explicação alguma. de repente, num repente, você transforma a vida de alguém que jamais viu na vida. alguém que, além de tudo, traz uma mudança pra nossa própria vida, e quando vê: cadê? o avião já decolou...
essa rotina semanal de sonhos malucos termina na segunda-feira mais próxima; quando a realidade volta a tomar conta de todo o manto diário. acordo e só percebo que foram mais alguns dias vividos com esplêndida encenação, com muitos sorrisos e aplausos. com fãs individuais de artistas particulares. entre quatro paredes entendo como tudo parece cada vez mais surreal; cada vez mais próximo daquilo que o profissional faz. mas, e como aceitar isso pra minha própria vida? eu, tão...tão: eu. tão indiferente a mim mesmo, tão sonhador, tão irresponsável comigo mesmo.
dormir com qual sentimento? será que a minha última face foi aquela de 'abobado'? foi tudo tão rápido. e, ao mesmo tempo tão transformador. o problema, na verdade, não é esse, mas sim, saber que transformação foi essa? os últimos tempos ajudaram a me perder no caminho da racionalidade tão comum na minha personalidade. e agora fico aqui, sem saber o que se passa com a minha própria pessoa, de repente agora fique mais clara a idéia de irresponsável por mim mesmo.
triste ser tão forte pelos outros; saber exatamente onde cada queimadura arde mais forte no choro à minha frente. mas e eu? por que comigo não é fácil de entender isso? já não sei mais o que é que desarma e enfraquece minh'alma. me pego pensando se foram todas essas reviravoltas, todo esse tumulto seguido de um dia-a-dia sem descanso. se foram as muralhas que foram atingidas por bombas de verdade e dor que agora tentam, ou não, serem reerguidas. se foram as coisas mais certas, que no espaço de um 'enter', se tornaram as mais incertas possíveis. foi aquele aconchego negado, olhado com medo e indiferença?
ou ainda mesmo, todos esses momentos de felicidade incontida e altamente inesperados: aquele passeio que há tempos vinha sendo adiado, ou por impossibilidade, ou por falta de tacto - a gente combina!, e que finalmente ocorreu; aquela saída que rendeu a cena espetacular, a sensação de ser vivo e livre, a vontade de sair correndo e dizer tudo de mais feliz que eu tenho sobre todos os seres que 'me abandoram' pelas suas razões. ah!
tudo vem junto, mudando. quem vai dizer que as criancinhas cresceram e hoje têm vidas interligadas por n motivos e meios, mas que são adultos independentes, ainda que por imagem, pois, eu sei, e não adianta vocês negarem: aquele início faz muita falta, aquela alegria de coisas boas emergentes nos tornou mais dependentes uns dos outros do que a gente imagina. é o reconforto de casa, de família...
e mais um final de semana que teve uma estréia confusa, um desfecho incrível e inesperado, e por mais que o final fosse certo: foi espetacular, lindo e surpreendente. o fim de semana fecha as suas cortinas; os aplausos cessam; espectadores e atores voltam para as suas casas. fim de temporada.

11.10.08

XII FESTIVAL INTERNACIONAL DE FOLCLÓRE DE GRAVATAÍ - DIAS 16, 17, 18 E 19 DE OUTUBRO - TEATRO DO SESC - GRAVATAÍ - RS - BRASIL


bom, esse post é em prol de um evento que eu apoio muito e acho que apenas pelo fato de existir há 12 edições merece um grande respeito. mesmo não sendo mais um atuante no grupo, continuo acreditando e dando forças pra que esse tipo de evento torne-se mais uma marca cultural da nossa cidade.
o XII FESTIVAL INTERNACIONAL DE FOLCLORE DE GRAVATAÍ irá reunir grupos folclóricos de várias partes do mundo. nesta edição a marca mais presente será das américas mesmo, mas o festival já contou, em outras realizações com grupos vindos de portugal, itália, entre outros.
fica a dica e gostaria que isso se proliferasse, essa idéia de cultura mundial. as experiências que esses tipos de eventos proporcionam são memoráveis (digo por experiência própria).


maiores informações : casa dos açores do estado do rio grande do sul - caergs

6.10.08

os óculos - parte 2 ( compartilhando novidades)


hoje passei o dia inteiro pensando que aqueles pensamentos de domingos, toda aquela ansiedade tinha um bom propósito. sei lá, hoje o dia nasceu com um sol maravilhoso, tudo cheirava a novo: parado na sinaleira me dei conta que a primavera chegou, aquele sol estava tão brilhante, tudo pareceu tão mais colorido que o normal. e foi um dia tão normal.
de repente por isso mesmo - os dias normais-, são neles afinal que a gente consegue ver o melhor da vida. o dia estava tão colorido. na sinaleira até uma borboleta pousou no carro. foi o ápice (pelo menos foi o que eu pensei). ela era tão estranha, tão mais colorida que o normal. aí eu pensei: são meus olhos? sei lá, me encontrava de óculos escuros, tirei e fiquei analisando pelo para-brisa. foi tão comum, mas ao mesmo tempo tão comovente. a borboleta representou mais que apenas aquele sol irradiado, vindo da primavera emergente. ela foi, de repente, um sinal, de que meu dia estava apenas começando de uma maneira diferente. era só tirar os óculos que tapavam a minha visão. e foi esplêndido. tudo bem, eu estava extremamente nervoso: duas provas num dia, é pra deixar qualquer pessoa com os nervos à flor da pele. mas e daí? era um dia novo; um dia diferente.
não me questione o porquê. até porque nem eu fiz isso, fato extremamente incomum. mas estava ali, como fazia tempo que eu não me mostrava a mim mesmo. um tanto o quanto mais tranquilo. aceitar a vida como ela é, por mais chavão e improdutivo seja de se pensar, é o mais correto ainda. vai. tudo um dia muda, coisas horríveis a se dizer. pense sim que eu estou me utilizando de lugares comuns, mas pare e pense: se hoje em dia existem tais chavões e/ou pensamentos, é porque, algum dia, alguém, tomou conta de analisá-los, ou não apenas um alguém, mas um conglomerado de pessoas em conjunto chegaram a esse consenso e como se diz ' a verdade está na boca do povo'. comprovo, por este 'novo' chavão que tudo bem, em momentos difíceis e complicados, que parecem nunca mais terminarem (que parecem puxar mais e mais problemas), um dia acabam. acabam sim. confia, seja no que preferir, Deus, água, terra, zodíaco, ou até mesmo nas próprias pessoas, mas não deixe de acreditar em algo. auto-suficiente? ninguém o é! busca naquilo que mais preferires a fórmula mágica pra continuar na jornada. de que vai adiantar filosofar o que é viver, se isso jamais vai mudar o percurso natural do próprio ato de viver. já diria zé ramalho que 'sinônimo de amor é amar', me dedico a possibilidade de afirmar que (sim, sou um pouco fã de clarice lispector) não adianta tentar entender, basta o próprio ato de viver.
de repente o sinônimo de vida seja viver. quem sabe?


foto: rafael lamonatto