tag:blogger.com,1999:blog-5292554987045856792024-03-13T05:21:58.402-05:00penso que li em algum lugar...Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.comBlogger68125tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-5746491930685737942010-11-29T17:01:00.002-06:002010-11-29T17:15:34.147-06:00primeiros passostenho muito pra falar, realmente, pouco a dizer<div>tenho pena de cantar, nao faze-lo enlouquecer</div><div>tenho muito o que brindar, muito pouco a esquecer</div><div>criei asas e voei, mas certo de que nunca vou me perder</div><div><br /></div><div>chorei nos bracos dela, </div><div>tomei vinho na piscina, </div><div>usei manga comprida no verao</div><div>trouxe lagrimas e inchacos</div><div><br /></div><div>atrasei e tive que correr, furei a fila e tentei esquecer</div><div>foi inevitavel, ja tinha arrumado ao amanhecer</div><div>ajeitei a mala, olhei e tentei reconhecer, </div><div>nenhum rosto fazia corresponder</div><div><br /></div><div>amanhecia, chuva, cinza, duvida:</div><div>vim fazer o que?</div><div>olhei o aviao, pedia saudosamente pra retornar</div><div>ja tinha pousado e nao havia volta.</div><div><br /></div><div>procurei e me pus a esperar</div><div>olhei pro's pes e queria chorar</div><div>chamaram meu nome e, no fundo, nao queria acreditar</div><div>era verdade, comprei passagem e fui viajar</div><div><br /></div><div>onibus, transito, janela e desconhecido</div><div>novidade, esperanca e desafio</div><div>caminhada, duas horas, cama e sonhos</div><div>bom dia, costumes, cachorro e companhias</div><div><br /></div><div>me peguei a agir</div><div>levantei e comecei a construir</div><div>perambulei e, de costume, me perdi</div><div>achei a porta e comecei a subir</div><div><br /></div><div>folhas, caneta, pessoas estranhas e nervosismo</div><div>sala, duvidas, vergonha e mau-humor</div><div>sol ate o dia nao ter fim, esclarecimento e cigarro</div><div>dinheiro, dinheiro, dinheiro</div><div><br /></div><div>arrependimento e faiscas me fazem duvidar</div><div>certeza, certeza, ninguem pode afirmar.</div><div>ligacoes a fazer e o coracao a apertar</div><div>derrama o corpo na cama e poe-se a rezar.</div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-41012000935916214582010-05-17T14:55:00.001-05:002010-05-17T14:56:28.791-05:00ladainha<div style="text-align: justify;">te larguei por um tempo. </div><div style="text-align: justify;">logo, logo, do além mar, te devoto mais atenção. </div><div style="text-align: justify;">assim seja.</div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-49310629019555034412010-03-31T14:29:00.004-05:002010-03-31T15:11:30.880-05:00abc<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://torqueteam.files.wordpress.com/2009/04/escrita-hieroglifica.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 294px;" src="http://torqueteam.files.wordpress.com/2009/04/escrita-hieroglifica.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">queria escrever sobre algo. me veio diretamente na ideia escrever sobre escrever. é, assim mesmo. a minha relação com a escrita e com a leitura nunca foi muito interessante enquanto eu participava daqueles rituais pagãos aos quais a escola fundamental submete os alunos. lembro de uma vez a professora de português pedir pra minha turma escrever uma frase qualquer com a palavra peixe. a minha frase até hoje eu não entendi: "há peixes ruins naquele lago". bom, a partir daí tenham noção de como foi difícil a minha trajetória com a arte das palavras. </div><div style="text-align: justify;">ironia do destino (ou castigo mesmo), alguns anos mais tarde eu era um dos melhores "dissertadores" da turma de terceiro ano. como? nem bem eu ao certo sei como, só sei que foi assim. eu, de alguma forma, consegui aprender a como domar as palavras dentro de um contexto e fazer com que as mocinhas fizessem certo sentido. na época, o vestibular ainda era o medo e a redação nem se fala. a disciplina de redação era o asco daqueles que já tinham passado pelos maiores testes dos rituais pagãos da escola. eu achava aquilo tão fácil, era simples dizer se gostava ou não da política do lula, se concordava ou não com o aborto, etc. temas super relevantes e que iriam fazer alguma diferença pro mundo se alguém me lesse. (not!) de qualquer forma, eu via nos meus colegas uma dificuldade tão, mas tão grande de escrever o que pensavam. preferia pensar que era por falta de informação - pra não dizer outras coisas. </div><div style="text-align: justify;">eis que surge a ideia de estudar letras. vinda por que? exatamente por uma redação minha. a professora mais temida e respeitada senta do meu lado e diz que eu tinha uma grande facilidade com as palavras e me dá a dica: faz letras, terás um futuro brilhante! (sic)</div><div style="text-align: justify;">aceitei o desafio, e olha, põe desafio nisso. fazer uma faculdade onde tu estudas o confim dos confins das palavras é enlouquecedor. são teorias daqui, teorias dali, palavras não existem, palavras são sons. enfim, mil e vinte coisas que me fariam algum tempo depois ter pena de muitos escritores.</div><div style="text-align: justify;">pelo fato da escrita, já se pode ver o quanto é complexo. tem gente que não gosta! alguns eu até entendo: português é difícil mesmo. regras de ortografia, regências, pontuação. deu medo? isso que vocês não conhecem nem a metade! </div><div style="text-align: justify;">como todo e qualquer desafio que me aparece, me apaixonei. e nesse meio tempo, li muito. quando digo "muito" é muito mesmo. o que só me fez enxergar o quanto a escrita é uma arte. pra quem conhece (nem menciono a palavra gostar) literatura, sabe que existiram milhões de formas de escrita. como assim? é fácil. nunca ouviram falar de poéticas, não é? não, não. não confunda com poesia - muito menos com o feminino de qualquer outra coisa. poética é um termo bem conhecido pra quem estuda as letras, basicamente uma poética são as características encontradas em um certo texto, ou mesmo grupo de texto (daí o nascimento de "escolas literárias") que fazem com que se assemelhem. </div><div style="text-align: justify;">mas voltando ao assunto principal: escrever. todo dia as pessoas escrevem, desde um bilhetinho, até uma grande tese de mestrado, doutorado. tem gente que faz por prazer, tem quem faça por obrigação. mas todos o fazem. é uma forma de comunicação, de expressão, de sentimentalismo. há escrita em todos os lugares: na placa, na parada de ônibus, no ônibus, na tv, no computador, no jornal, na receita de bolo. todos os lugares têm letras! na maioria das vezes nem nos damos conta, mas, se há letras, há palavras, há, também, quem as escreveu. e acho que chegamos num ponto fundamental: o autor. sem entrar em polêmicas (pra quem estuda isso, sabe bem do que estou falando), o autor é o ser que pensa e transmite o seu pensamento através da escrita. ele precisou parar, pensar e redigir. pensa que é fácil? e como não ser ambíguo? e como expressar melhor seus sentimentos?</div><div style="text-align: justify;">não é à toa a quantidade de pessoas com problemas de comunicação interpessoal que acham na escrita a forma de conseguirem expor seus mais íntimos sentimentos. seja num pequeno diário, seja num blog, seja num caderninho de anotações. seja escrevendo um livro, seja numa música. mas todos utilizaram da escrita pra expressarem aquilo que estava na cabeça. há vezes em que lemos algo que não faz sentido algum pra nós, porém pra algum outro grupo de pessoas, aquela foi uma iluminação. a escrita, além de tudo, é mágica. </div><div style="text-align: justify;">primeiramente, o que foi escrito, nunca foi exatamente o que o autor pensou ou sentiu, mas foi a forma mais aproximada que ele conseguiu chegar. em segundo lugar, quem lê jamais irá sentir a mesma coisa. de repente não sinta nada, de repente sinta muito mais do que deveria. já ouviram falar em johann wolfgang von goethe? pois é, o rapazinho foi tão radical e sentimental em suas palavras que muitos outros jovenzinhos se mataram após terem lido "os sofrimentos do jovem werther". a escrita transforma e é transformada. afinal o que seria da escrita sem um leitor também? remetendo à história, a escrita inicialmente era instrumento de comunicação. com a evolução, há quem diga que ela passou desse pra outro estágio. eu ainda não descobri qual seja. vejo a escrita ainda como meio de comunicação, sim. seja do que seja, mas nunca deixou de comunicar. há uns rebeldes que escrevem pra nunca serem lidos. será? se não quisessem serem lidos, nunca teriam se dado ao trabalho de escrever. afinal, todos os processos psíquicos pelos quais passamos enquanto escrevemos, se forem citados, vão fazer muita gente desistir de continuar com a arte. graças a alguma força superior já viemos com todas essas tralhas marcadas dentro da gente e é só forçar um pouquinho e colocar a mão na massa, no lápis, no teclado...</div><div style="text-align: justify;">escrevam, jamais estaremos livres das palavras mesmo.</div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-1459582933929002742010-03-15T18:07:00.004-05:002010-03-15T18:15:41.234-05:00locução<div style="text-align: justify;">é rapidinho. é corridinho. é de coração.</div><div style="text-align: justify;">é um turbilhão de mil coisas acontecendo sem nenhuma explicação.</div><div style="text-align: justify;">é sempre um sim, seguido por um não.</div><div style="text-align: justify;">é uma voz interna que me traz só indignação.</div><div style="text-align: justify;">é assim mesmo, sem explicação.</div><div style="text-align: justify;">sempre um quê de maravilha, com um de perdição.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">é sempre uma dor que atinge o corpo, a alma e a imaginação.</div><div style="text-align: justify;">venho dizer que a mente só exprime a voz que não cala, não.</div><div style="text-align: justify;">tem coisas que a gente constrói e passa o turbilhão.</div><div style="text-align: justify;">destrói, machuca, magoa e me causa irritação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">vem sempre de mansinho, uma pensação. </div><div style="text-align: justify;">transita pelo ouvido, atinge o cérebro e causa uma confusão.</div><div style="text-align: justify;">vem de dentro, palavras soltas: sem nexo, vontade ou indicação.</div><div style="text-align: justify;">voa longe, então. cheio de esperanças de renovação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">aí vem a lágrima, prova de humanização.</div><div style="text-align: justify;">faz doer a cabeça, entope o nariz e me dá comichão. </div><div style="text-align: justify;">conquisto uma dúvida, assim, sem muita vontade ou emoção.</div><div style="text-align: justify;">digo um nada, na espera de uma grande devoção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">perco a chance, ganho a vez. </div><div style="text-align: justify;">vai em frente, suo a tez, e grito: não vai ser nada em vão!</div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-71919471053600634462010-02-08T19:44:00.001-06:002010-02-08T19:44:11.794-06:00sem palavras<p align="justify">e foi tudo programado. aquela tensão e nervosismo cabíveis a todo e qualquer viajante iniciante. comprei tudo, juntei o dinheiro necessário. chamei os amigos e voamos. </p> <p align="justify">ela veio com tudo. bem vestida ao extremo, alta produção de palco e impressionou com tanta desenvoltura na frente de mais de 60 mil pessoas. cantou e me emocionou ao proferir que "this was the best performance i've made". arrepiei.</p> <p align="justify">foram algumas horas de fila, alguns bons minutos caminhando debaixo do sol escaldante daquela tarde de sábado. água, muita água. a testa começava dar os primeiros sinais de vida, junto com os braços e o pescoço. o sol não deu trégua. e era um vai e vem de gente interminável. ouvem-se as primeiras movimentações dos mais corajosos e audaciosos que estavam há dias nas filas entrando no estádio. vai começar!</p> <p align="justify">entramos no estádio. era uma mistura de nervosismo com força de vontade. tentamos ferozmente ficar o mais próximo possível do palco. mas foi inevitável: o sol era quente demais, o calor era demais, era gente demais. desistimos. acabamos por aceitar o fato de que ela estaria ali, próxima ou não, porém estaria ali, cantando pra nós. aí veio a chuva. água, muita água, novamente. dessa vez era em cima de todos nós. inicialmente era suportável e até refrescante todos aqueles pingos; mas então vieram os raios e trovões. deu medo. "será que vão cancelar?"; "olha o telão direito caiu"; "o telão esquerdo tá voando"; "tenho dores nos pés"; "to com muito frio"; "será que vai ter o show mesmo?" agonia. e a chuva continuava firme e cada vez mais forte.</p> <p align="justify">então parou de chover. mas o cansaço mais aquela sensação de pós banho de chuva inesperado começam a falar mais alto. as dores começam a aparecer e as marcas também. mas acho que bronzeamento artístico é a nova moda. eu aderi!</p> <p align="justify">e cada minuto que passa o suor, a umidade, o cansaço iam aumentando. mas igualmente o momento mais esperado vai ficando cada vez mais perto também. e a cada momento é possível sentir a energia de todas aquelas pessoas esperando a mesma coisa: ela.</p> <p align="justify">aí ela aparece...</p> <p align="justify"><img src="http://blstb.msn.com/i/BB/536294220DA8E3723E6A8C706A6D.jpg" width="409" height="232" /> </p> <p align="justify">… e aí faltam palavras, faltam movimentos e o primeiro som da voz faz mexer até o último poro da minha pele fazendo-a arrepiar-se toda. e daí não há mais o que esperar. não há mais o que sofrer. há apenas o que aproveitar. gritar, cantar, dançar e rir muito. há os que choram, há os que vibram, há os que se emocionam profundamente. </p> <p align="justify">eu olhava o telão e me emocionava por ver o quanto uma pessoa consegue mexer com os mais variados sentimentos de tantas mil pessoas juntas. shows ao vivo são e sempre foram uma grande diversão pra mim e sempre tive muitas histórias pra contar de todos. algum motivo especial, algum momento. esse não. esse foi todo ele especial. quando eu vi, realizei que estava no meio de uma imensidão de cabeças e que eu também fazia a diferença. sorri. virei pra frente e continuei ali, vivendo aquele momento único da minha vida. eu aproveitei. muito. mas chego em casa e sinto um vazio. o que seria? há sim, alguns outros capítulos a serem explorados mais adiante sobre tal viagem. porém, as she said “i am… yours” e vou continuar falando das peripécias dos gaúchos na cidade enorme.</p> <p align="justify">[rafa percebe o quanto viagens podem mudar a sua visão de mundo. o show foi qualitativamente eficiente pra tais pensamentos.]</p> Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-75404438483243326182010-02-02T10:15:00.002-06:002010-02-02T10:33:10.291-06:00da tela pra vida<div style="text-align: justify;">ao som de kat deluna - unstoppable (confira <a href="http://www.youtube.com/watch?v=NW40rfp7aoQ">aqui</a>), começo a imagina meio milhão de coisas diferentes. ontem eu vi um filme que falava de tudo um pouco: de amor, de perdas, de esclarecimento, de crescer, de crescer, etc. "o curioso caso de benjamin button" é um filme bem feito e bem dramatizado. eu poderia falar dos milhares de aspectos que não gostei, porém não sou crítico de cinema nem nada do gênero. mal e parcamente critico a minha vida, então...</div><div style="text-align: justify;">mas o que o filme tem a ver com tudo isso? quando estamos ainda tentando entender aquela vida que vai pra trás do personagem principal, quando ele tem mais ou menos uns 17 anos (coisa complicada de entender, porém bem interessante de se pensar) ele decide ir embora. é, assim; sem mais nem menos decide sair da casa de sua mãe. nesse ponto eu me senti meio parecido com ele. ele tinha sempre um ar de quem não se encaixava muito bem em lugar nenhum e precisava estar sempre fazendo algo pra não perder o rebolado e seguir em frente. daí me veio "unstoppable" na cabeça. claro, até chegar à cena cujo personagem vai embora, eu já tinha chorado mais algumas outras vezes, por isso o filme chama a atenção. tu consegue ver-te em muitas das mesmas situações das quais ele passa.</div><div style="text-align: justify;">mas voltando ao eu! (sim, estou bem egoísta hoje), quando ele decidiu partir e juntou seus trapinhos a minha imaginação deu mil voltas e como adoro um sofrimento por antecipação chorei mais um monte. pensando no dia em que eu partir. </div><div style="text-align: justify;">porque partir significa deixar. e, deixar, nesse caso, aplica-se tanto a deixar um local, com a intenção de partir, quanto deixar coisas, pessoas, sentimentos... há sempre o coração que mesmo que menor que meu cérebro consegue carregar muito mais informações e se encarrega de levar tudo isso. mas eu tenho problemas em conseguir acionar esse meu órgão interno. e fico com medo de chegar e ver que eu não sou tão forte ou não estava tão preparado quanto eu achava que estava pra ir. </div><div style="text-align: justify;">pensei esses dias: e pra quem eu vou ligar no domingo? quem vai sair pra beber comigo do jeito que a gente gosta na sexta? e a redenção vai ficar aonde? não vai ter praia no verão? não vou ver o desfile das escolas de samba do rio? não vou ter a minha mãe pra brigar comigo da hora que eu vou chegar em casa? e mais mil e outras dúvidas e pequenas dores vão tomando conta cada vez que eu penso mais sobre o assunto. daí é o momento que eu paro de pensar e tento imagina como é lindo viajar.</div><div style="text-align: justify;">o filme termina com o encontro de duas gerações contrárias e um pouco antes do fim, ou enfim, em alguma parte do filme, o personagem diz que quando voltou pra casa depois de alguns anos longe, ele percebeu que tudo continuava igual, o mesmo cheiro, as mesmas pessoas, as mesmas manias, a mesma família, a mesma casa e ele se auto-questiona: como? e logo responde: na verdade, quem mudou fui eu, o modo como eu vejo as coisas.</div><div style="text-align: justify;">espero que eu consiga fazer 1% do que eu desejo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[rafa vai falando de seus sentimentos sempre que ouve músicas significativas e entende que está vulnerável a qualquer sentimento.]</div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-35247204279310221942010-01-28T17:38:00.004-06:002010-01-28T18:24:46.813-06:00oficialismos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_keJM_Bvxf5s/SPtnoOaNG9I/AAAAAAAACrI/8QalZB_ascs/s400/viajar.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 309px; height: 400px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_keJM_Bvxf5s/SPtnoOaNG9I/AAAAAAAACrI/8QalZB_ascs/s400/viajar.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">depois de ler o blog de uma pessoa que conheci por estes cursinhos de inglês da vida (confira <a href="http://umaloiranaamerica.blogspot.com/">aqui</a>, vale muito a pena), realizei muitas coisas sobre o que está por vir neste ano.<br />bom, pra quem não sabe, e mesmo os que sabem, em meados de abril este moço que aqui vos escreve estará alçando suas asinhas para a europa.<br />sim, numa onda de não saber o que fazer da vida resolvi dar um pulo bem grande e enfrentar de frente uma boa e velha realidade.<br />o destino? bom, disso a gente fala mais tarde. queria mais era escrever um pouquinho sobre o que se passa na minha cabeça. e de repente escrever pra mim mesmo.<br />quando eu decidi me meter nessa bagunça toda, tenham certeza de que a minha cabeça andava três vezes mais bagunçada do que poderia ser ir viajar. a decisão na verdade foi uma troca feita com a minha mãe, que posso dizer, tem sido a minha grande apoiadora na maioria dos momentos e quem está me ajudando financeiramente. ela me ofereceu uma outra coisa, que claro, iria ajudar muito no meu dia a dia e que iria, de qualquer forma, fazer com que a minha vida mudasse. porém pensei um bocado e vi que valia mais a pena tentar algo novo e sair dessa minha rotina, que eu já tinha em mente que iria durar pra sempre.<br />decidi: vou viajar e pronto.<br />até o momento onde tu decide que vai fazer alguma coisa tudo é lindo. e eu, claro, como bom virginiano, não poderia deixar de analisar com um pouco mais de profundidade a então decisão. e no fim descobri que eu poderia ser um ótimo psicólogo: o meu problema até hoje em relação à vida era esse; nunca conseguia decidir nada.<br />a decisão sempre me faz excluir toda e qualquer outra possibilidade que possa haver. meio complicado de enteder? vem que eu te explico.<br />cena: três ou quatro seres dentro de um mercado vendo algo para comer. fulano quer pizza, fulana quer batata frita, siclano quer churrasco e por mim qualquer coisa tava boa e não me sentia à vontade de decidir pelos outros. sempre fui passional em relação às outras pessoas: o que os outros queriam estava bom pra mim também.<br />a ideia de fazer uma escolha na vida foi meio aterrorizante no início. aliás, de início ela era linda, mas por trás ela estava vestida para matar. foi quando eu comecei a sentir medo. depois ela se tornou aceitável, tanto por que eu aprendi a lidar com a ideia de uma forma mais real e racional. mas aquele aperto no peito foi se tornando mais forte e constante. aí veio o dia de ter de trancar a faculdade pra não perder o vínculo. nossa, quanta dor. é a escolha realmente tinha sido feita. pelo menos algo eu tenho de bom: se eu quero e decidi, eu vou e faço e com o prazer de fazer o melhor.<br />sobre amigos e sentimentos mais profundos, aguardem...<br /></div><br />*foto: <a href="http://besoirar.blogspot.com/">deste blog</a><br /><br />[rafa começa a concretizar o fato de ir embora em sua cabeça. lista seus transtornos mentais em momentos de desabafo e deixa o destino no seu próprio rumo]Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-61533804349824129162010-01-03T20:36:00.001-06:002010-01-03T20:36:01.832-06:00da vida<p align="justify"><img src="http://4allseasonslawncare.com/uploads/four_seasons_2_.jpg" width="385" height="387" /> </p> <p align="justify">em teoria, eu passaria mais algum bom tempo tentando pensar em algo pra escrever aqui. porém hoje, 3 de janeiro de 2010, cheguei à conclusão de que o que quer que seja, eu ia ficar me enrolando até escrever mais um post pedindo por idéias e coisas do gênero. ridículo! </p> <p align="justify">enfim, gostaria mesmo era de falar de 2009, do início de 2010, essas coisas que a gente gosta de contar. aí pensei que não conseguiria fazer isso de uma maneira bonitinha, colocar em formatos, nada de parnasianismo nessa hora, minha gente! não consegui, e pelo que percebo está saindo algo.</p> <p align="justify">se fosse pra falar de 2009, eu diria que foi um ano movimentado, obviamente, nada parecido com 2008. of course not! 2009 foi chegando de mansinho lá no início com muita coisa nova. eu,<a href="http://voltaocaoarrependido.blogspot.com">fulaninha</a> e <a href="http://diegorossadonga.blogspot.com/">fulaninho</a> tínhamos em mente 2009 idéias pra fazer do ano o melhor possível e pra manter (mesmo que no pensamento) nosso amigo murphy <strike>que acapulco o tenha</strike> bem longe. e foi indo, foi seguindo o rumo natural de um ano, passou janeiro naquele clima bem verão, veio fevereiro numa onda de o que está havendo e março veio com toda aquela parafernalha de faculdade, trabalho, etc. passou abril, maio e junho e todos queriam que o semestre estivesse no fim. julho, agosto e setembro tinham aquele ar de gripe por todo lado, não fosse isso, o segundo semestre de 2009 não seria o mais turbulento. com a onda dos porquinhos gripados, o ano teve um atraso que, posteriormente iria causar os meus primeiros cabelos brancos e muita dor de cabeça. passou. aí chegaram (?) outubro e novembro, mas eles deram aquela visitinha de médico, por que nem os vi passando por mim. e veio dezembro e como sempre – pelo menos pra mim, aquela sensação de “então é natal e o que você fez?” isso tudo regado à muita agitação e gastos. sim, 2009 também foi um ano de muitos gastos e saldos negativos. me arrependo disso? nem um pouco, só ajudou no meu crescimento, mas cada centavinho gasto em coisas inúteis só me fez dar mais valor ao meu trabalho e ao meu profissionalismo. não foram à toa tantos elogios quanto à minha posição diante ao meu trabalho. </p> <p align="justify">foi um ano de <strike>muito</strike> trabalho, também. cansei muito, me estressei muito e no final das contas só me engrandeci. mesmo. tinha horas, que claro, minha vontade era de sumir, ou só ficar deitado num certo colchão no chão, vendo a vida passar. mas eu dava um tapa no rosto, dizia pra mim mesmo que eu tinha escolhido aquilo ali e agora era comigo encarar ou fraquejar. encarei.</p> <p align="justify">foi também um ano de muita coisa renovada, seja de velhas amizades, seja de novas amizades. brigas, desencontros, choros, mágoas, abraços, beijos, apertos, mordidas, marcas. e o único pensamento era: o que tiver de ser será. e foi e vai continuar sendo. </p> <p align="justify">foi de muitos domingos! não posso me dar ao luxo de esquecê-los! foram mais ou menos 52 (pelo que me lembre), mais da metade deles foram muito bem aproveitados: foram de sóis – não, não, nenhum sol azul por aqui-, de nunvens, de chuvas, de banhos de chuva, de almoços, de shows, de cinemas, de festas estranhas com gente extremamente esquisita. foram também domingos quentes e outros extremamente congelantes e fracassados. mas incrivelmente todos eles tiveram pra mim cara de domingos e acho que foi isso que me fez montar protótipos de coisas na cabeça. virginianos, não tente entender. </p> <p align="justify">foi um 2009 de mudanças, tanto no visual, na forma de pensar, até na mudança de casa/cidade. não minha, mas participei tão ativamente e sentimentalmente de cada uma que vejo como minhas mudanças. óbvio, tive as minhas próprias mudanças, umas pra pior, outras pra melhor. e não é assim que é a vida? </p> <p align="justify">foi um ano antagônico: de uma clausura interna em relação a sentimentos e ao mesmo tempo o ano que mais conheci pessoas. todas, e digo todas mesmo, foram importantes de alguma forma, ou em algum sentido. sendo meio egoísta no pensamento, mas tudo influenciou pro meu crescimento. </p> <p align="justify">foi um ano de risadas. nossa! de muitíssimas risadas. algumas nervosas, outras de fazer doer a barriga. seja por rir de alguém, seja por efeito de àlgool (sim, assim mesmo). fosse por que fosse, eram sempre risadas e me fizeram um bem danado.</p> <p align="justify">foi um ano de abraços. de muitos abraços. uns enormes e bem apertados, outros meio esguios, mas totalmente necessitados. alguns longos e com muitas lágrimas, outros curtos e de muito alívio. </p> <p align="justify">foi mais um ano.</p> <p align="justify">e 2010? não esqueci, não. 2010 é mais um ano, tudo depende do ponto de vista. de mim, posso dizer que vai ser um ano de distâncias, de saudades, de medos, de choros, de angústias. calma! não estou prevendo um ano escuro pra mim, é só o sentimento dos planos futuros, mas como foi dito lá em cima, tudo vai refletir no meu eu de amanhã. um eu mais forte e mais regrado, mais corajoso e de repente totalmente mudado. um eu mais eu. </p> <p align="justify">de coração, agradeço por 2009 e por todas as pessoas que passaram por mim em 2009. de 2010, como levo um tipo de filosofia de vida não espero nada em excesso, nada de mais isso, mais aquilo, muito aquele outro. só quero o que tiver que ser meu e que eu possa carregar. </p> <p align="justify">[rafa escreve e chora na hora em que a ficha cai sobre sua vida atual. deseja um 2010 bem 2010 pra todos seus leitores e acredita que posteriormente, num além-mar, estará escrevendo mais sobre suas aventuras.]</p> Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-62100379571734503342009-12-16T09:53:00.000-06:002009-12-16T10:09:28.088-06:00precisourgentemente de assuntos, idéias e vontade. alguém sabe onde comprar?Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-63758355954503286262009-11-17T18:54:00.002-06:002009-11-17T18:58:15.150-06:00momentos<div style="text-align: justify;">"- mariana almeida.</div><div style="text-align: justify;">- presente!"</div><div style="text-align: justify;">ali minha vida mudou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"-quem é aquele entrando na sala?</div><div style="text-align: justify;">- deve ser o aluno novo."</div><div style="text-align: justify;">ali a minha vida mudou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"eu queria falar com a cibele, ela tá aí?"</div><div style="text-align: justify;">ali a minha vida mudou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"oi. eu sou a alice."</div><div style="text-align: justify;">ali a minha vida mudou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[rafa relembra momentos decisivos de sua vida e da cena propriamente dita de quando sua vida tomou rumos diferentes. posta aqui sempre que sua internet permite e quando o sentimentalismo toma conta.]</div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-57917600674492069432009-11-09T08:21:00.000-06:002009-11-09T08:22:52.529-06:00instantâneasmomentaneamente com falta de inspiração. voltaremos.Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-14323214116235459342009-10-22T19:15:00.003-05:002009-10-22T19:22:11.248-05:00gramática da vidapela preguiça de escrever<br />pelo medo de dizer.<br />pela boca atrolhada de sons que combinados,<br />não fazem sentido algum.<br />pelas vozes na minha cabeça que gritam em tons diferentes<br />pelos rabiscos nos meus olhos que o mundo proporciona<br />pela zombaria de tantos sons, espalhados em cacofonias sem fim.<br />pela fonte da imaginação: as letras.<br />pela atividade da fala que tenta pronunciar sentidos inexistentes em fonemas perdidos.<br />pela velocidade do som, que tenta exprimir todas as palavras ao mesmo tempo, apenas pra dizer: eu te amo.<br />pela coincidência das línguas como termo nato à natureza do homem.<br />pela magnitude por excelência da capacidade da decodificação.<br /><br />pelo bom entendimento das letras por elas mesmas,<br />demos as mãos como elas e tentemos fazer algum sentido, nessa semântica inútil que é o mundo.<br /><br />[rafa tem ares de poeta quando procrastina sem parar. pensa que isso vai aliviá-lo de tamanha culpa por deixar para amanhã o que poderia estar fazendo neste momento que vos fala.]Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-77832755738533096792009-10-12T20:14:00.005-05:002009-10-13T09:52:16.250-05:00das pessoas<div style="text-align: justify;">a semana foi cheia de percalsos e indecisões. houve sim, algumas arrumações, porém tudo sempre tão esquisito e chacoalhante como sempre. são perguntas de um lado, pedidos de outro e um silêncio mortal num dos pontos importantes. me pergunto o por quê?<br />eu sempre procuro entender a irritação alheia. tento mesmo. sou daquele tipo que se irrita e muda de humor (bem) constantemente, logo me coloco sempre nos "shoes" alheios e me vejo na situação. quando os amigos dizem que a intimidade gera falta de respeito, acredito, olho pra cima, conto até dez e dou risada. é a melhor forma de entender alguém gritando na rua sobre qualquer coisa. depois vem sempre aquele pensamento: cada um, cada um e nada mais. bem nessas, honey. meu ponto de equilíbrio não necessariamente é o seu ponto de equilíbrio. quero tanto reconhecimento quanto. penso e me chateio às vezes como um "erro" nunca pode ser relevado, enquanto eu relevo tantas coisas irritantes e que me fariam pior se eu não relevasse...<br />mudando de assunto, ao mesmo tempo que vivo nesse silêncio constante, percebo que certas pessoas vem (e muito) a calhar com seus custumes e seus defeitos. seus gostos e indiferenças. suas caras e bocas que me dão dor na barriga de tanto rir.<br />passam a mudar a tua própria rotina sem mais nem menos. e o mais interessante: sem esforço algum. eu sempre fui um 'cagão' pra mudanças (ladies, desculpem o termo), porém essas mudanças são tão fáceis de fazer que a gente nem percebe que as estamos fazendo. aí vem a parte das conversas intermináveis junto com silêncios enigmáticos que falam muito sobre a cor dos olhos, o desenho da boca, aquela marquinha no rosto que só a gente percebe e acha linda. passamos ao estágio das mãos serem animais velozes e carentes, precisando o tempo todo serem preenchidas pela pele e corpo do outro. então pulamos pra fase vivência em sociedade, fora das quatro paredes. e tudo é lindo, o mundo parece mais colorido e quentinho e confortável e interminável, afinal é tudo compartilhado e sempre há a certeza de um sorriso na tua direção. vem a sensação de completude e nada mais importa, só o alguém ao nosso lado.<br />"dá pra ficar assim pra sempre?" queria eu responder com firmeza que sim. se fosse possível, eu viveria de sol pra não precisar sair jamais daquela posição.<br />por fim, eu chego em casa e só queria não ter voltado. o que eu deixei pra trás me dá muito mais segurança do que o que está por vir...<br /><br /><br />[rafa expõe seus sentimentos mais profundos em relação a todas as pessoas as quais ama, se importa e sente falta. dá a cara a tapa por aqui sempre que acha mais que necessário.]<br /></div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-26678561871203153342009-10-06T08:59:00.002-05:002009-10-06T09:01:01.770-05:00instantâneaveste a camisa, dá o chute inicial e corre pro abraço no final.<br /><br />infelizmente, no final, é tudo que nem futebol mesmo...<br /><br />[rafa compreende que a vida é uma safada e prega muitas peças. se diverte por aqui quando sente uma onda grande vindo por aí pra transformar tudo.]Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-8360620572481819842009-09-27T21:51:00.003-05:002009-09-27T22:00:40.920-05:00verbalizar<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_lhFnuAIbX5k/SsAmv5TR68I/AAAAAAAAAO0/e723BgdtIus/s1600-h/algo20a20dizer.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 175px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_lhFnuAIbX5k/SsAmv5TR68I/AAAAAAAAAO0/e723BgdtIus/s320/algo20a20dizer.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5386347758612507586" border="0" /></a><br />dormi, dormi, dormi. acordei. liguei e perdi. chorei, escutei e cantei bem alto.<br />subi no telhado, arrumei a bagunça, levantei a moral, completei o calendário.<br />sorri, brinquei, beijei e amei.<br />dirigi, comi, esperei. ri.<br />trabalhei, estressei, devolvi no mesmo tom: a culpa não foi minha.<br />relembrei, senti, cheirei e alegreci.<br />gritei, pensei e parei.<br />voltei, limpei e não menti.<br />engordei, entristeci, desembaralhei.<br />fomentei, enrijeci e calculei.<br />no fim, voltei, retirei, recoloquei, repintei, olhei pra cima e agradeci.<br /><br />[rafa relembra a quantidade de coisas pelas quais passou ou fez nesses últimos dias. sente-se feliz ao recobrar uma partezinha do coração que tava meio apagadinha. lamenta agradecendo por aqui sempre que o domingo chuvoso manda boas e novas energias.]<br /></div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-1716829873462107782009-09-21T11:03:00.001-05:002009-09-21T11:04:51.696-05:00instantâneafoi bom, passou e nem doeu tanto assim.<br /><br /><br />[rafa fez 20 anos e continua na sua luta diária contra o mundo. carrega tudo e todos nas costas enquanto escrever por aqui em momentos de atolamento de trabalho.]Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-8755477124016630462009-09-18T15:26:00.002-05:002009-09-18T15:36:09.221-05:00Meu Aniversáriofesta do meu aniversário, amanhã, no Laika (Venâncio, 58).<br /><br />R$ 8,00 com nome na lista!<br /><br />vem comigo comemorar o fim do meu inferno astral e a chegada dos tãos esperados(?) 20 anos colocando o nome em forma de comentário aqui!<br /><br /><br />espero vocês lá!Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-17508185883305762652009-09-16T20:25:00.002-05:002009-09-16T20:29:20.360-05:00para uma avenca partindo<p align="justify"> </p><p align="justify">caio fernando abreu</p><p align="justify"><img style="MARGIN: 5px auto; DISPLAY: block; FLOAT: none" src="http://ceramicarte.files.wordpress.com/2009/05/mulher_partindo3.jpg" /></p><p align="justify">“- Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais, porque tanto eu como você sentiremos uma falta enorme dessas coisas, e se elas não chegarem a ser ditas nem eu nem você nos sentiremos satisfeitos com tudo que existimos, porque elas não foram existidas completamente, entende, porque as vivemos apenas naquela dimensão em que é permitido viver, não, não é isso que eu quero dizer, não existe uma dimensão permitida e uma outra proibida, indevassável, não me entenda mal, mas é que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver, no mais fundo, eu quero dizer, é isso mesmo, você está acompanhando meu raciocínio? Falava do mais fundo, desse que existe em você, em mim, em todos esses outros com suas malas, suas bolsas, suas maçãs, não, não sei porque todo mundo compra maçãs antes de viajar, nunca tinha pensado nisso, por favor, não me interrompa, realmente não sei, existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus, eu dentro de você, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar, um fio de luz coado pela janela, um latido de cão no meio da noite, você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos de cães, é, eu não falaria, uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente até ficar rouco, o que eu quero dizer é que nós dois cantamos desvairadamente até agora sem nos darmos contas, é por isso que estou tão rouco assim, não, não é dessa coisa de garganta que falo, é de uma outra de dentro, entende? Por favor, não ria dessa maneira nem fique consultando o relógio o tempo todo, não é preciso, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço, claro, claro que eu compro uma revista pra você, eu sei, é bom ler durante a viagem, embora eu prefira ficar olhando pela janela e pensando coisas, estas mesmas coisas que estou tentando dizer a você sem conseguir, por favor, me ajuda, senão vai ser muito tarde, daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo, sim, esta é minha última tentativa, olha, é bom você pegar sua passagem, porque você sempre perde tudo nessa sua bolsa, não sei como é que você consegue, é bom você ficar com ela na mão para evitar qualquer atraso, sim, é bom evitar os atrasos, mas agora escuta: eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Por isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando também nas coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouvi-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que ama era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender, melhor, claro que eu dou um cigarro pra você, não, ainda não, faltam uns cinco minutos, eu sei que não devia fumar tanto, é eu sei que os meus dentes estão ficando escuros, e essa tosse intolerável, você acha mesmo a minha tosse intolerável? Eu estava dizendo, o que é mesmo que eu estava dizendo? Ah: sabe, entre duas pessoas essas coisas sempre devem ser ditas, o fato de você achar minha tosse intolerável, por exemplo, eu poderia me aprofundar nisso e concluir que você não gosta de mim o suficiente, porque se você gostasse, gostaria também da minha tosse, dos meus dentes escuros, mas não aprofundando não concluo nada, fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente e nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia destes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas, espera um pouco, eu vou te dizer de todas as coisas, é por isso que estou falando, fecha a revista, por favor, olha, se você não prestar muita atenção você não vai conseguir entender nada, sei, sei, eu também gosto muito do Peter Fonda, mas isso agora não tem nenhuma importância, é fundamental que você escute todas as palavras, todas, e não fique tentando descobrir sentidos ocultos por trás do que estou dizendo, sim, eu reconheço que muitas vezes falei por metáforas, e que é chatíssimo falar por metáforas, pelo menos para quem ouve, e depois, você sabe, eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem, está bem, eu espero aqui do lado da janela, é melhor mesmo você subir, continuamos conversando enquanto o ônibus não sai, espera, as maçãs ficam comigo, é muito importante, vou dizer tudo numa só frase, você vai ……… ………… …………. ………… ………. ……….. …………. ………… ………… ………… ……… ……….. ………… ………… sim, eu sei, eu vou escrever, não eu não vou escrever, mas é bom você botar um casaco, está esfriando tanto, depois, na estrada, olha, antes do ônibus partir eu quero te dizer uma porção de coisas, será que vai dar tempo? Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais, depois você arruma as malas e as botas, fica tranqüila, esse velho não vai incomodar você, olha, eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca? Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê. “</p><p align="justify"> </p><p align="justify">[rafa posta aqui quando acha que a literatura consegue se superar sempre. dialóga convosco sempre que sente uma certa coisa presa na garganta.] </p>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-83230909622952419542009-09-10T19:26:00.001-05:002009-09-10T19:27:25.591-05:00instantâneaquero que o meu inferno astral vá para o inferno.<br /><br /><br />[rafa irrita-se por aqui sempre que sente uma certa força mística ditando os rumos de sua vida. volta assim que a força maior permitir.]Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-2538829289332707182009-09-07T10:06:00.001-05:002009-09-07T10:06:28.903-05:00debaixo do ipê<p>e foi ali, junto do pé de ipê, ouvindo cássia eller dizer:</p> <p>‘mudaram as estações, nada mudou</p> <p>mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim, tão diferente</p> <p>se lembra quando a gente, chegou um dia a acreditar</p> <p>que tudo era pra sempre, sem saber </p> <p>que o pra sempre, sempre acaba.</p> <p>mas nada vai conseguir mudar, o que ficou</p> <p>quando penso em alguém, só penso em você</p> <p>e aí, então, estamos bem.</p> <p>mesmo com tantos motivos, pra deixar tudo como está</p> <p>nem desistir nem tentar agora, tanto faz</p> <p>estamos indo de volta pra casa.’</p> <p>olhei pra ela e disse: ‘eu sou feliz.’</p> <p>saiu bem espontâneo. assim mesmo. simples, direto, reto. continuei: ‘é, mesmo com toda a minha vida corrida, cheia de percalsos e coisas do gênero, eu estou feliz nesse momento. faço aquilo que eu gosto, que me deixa feliz.’</p> <p>infelizmente não falei as outras milhares de coisas que passavam pela minha cabeça. eu ouvia a música, abraçava-a, olhava a paisagem à minha frente e sentia uma enorme vontade de chorar. e não era pra ser um choro de tristeza. tinha mais aquilo como um choro de alívio. </p> <p>me sentia feliz e completo naquele momento. me senti como se eu estivesse no futuro que eu sempre quis durante a vida. um domingo de sol, com pessoas queridas, rindo, analisando, vivendo. aquilo me encheu de plena certeza: certeza de que eu tinha tudo o que eu queria. eu tinha amigos, eu tinha família, eu tinha amores, eu tinha vida. </p> <p>continuamos eu e fulaninha conversando sobre muitos assuntos. comentando a vida alheia. estávamos nos divertindo. e aquilo me deixava com um senso de prazer indescritível. </p> <p>eu pensava em correr pra casa e escrever muito mais sobre aquele domingo de sol, debaixo do ipê. mas minhas aulas de leitura e escrita na faculdade me deixaram bem esclarecido que por mais que eu, autor, tente escrever exatamente aquilo que eu sinto, jamais irei conseguir escrever o que eu realmente queria ter escrito, e o que sai da minha cabeça, não retorna mais e jamais será tão bom quanto ele estava lá dentro. concretizei em partes o meu sentimento escrevendo o que passou.</p> <p>pra alguns, algo totalmente banal. pra mim, de repente um dia de mudança na minha vida.</p> <p>[rafa agradece todos os dias por ter conhecido fulaninha e por ter a vida que tem. lamenta-se pela falta de criatividade na hora de escrever o que sente por aqui, sempre que acha importante mostrar ao mundo que tudo pode melhorar. esperança.]</p> Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-81544082187166926622009-08-31T19:01:00.001-05:002009-08-31T19:01:24.667-05:00da completude<p align="justify"><img src="http://4.bp.blogspot.com/_od94ieevh_Y/ShBVrQycU8I/AAAAAAAAJzg/OSbsuVunrFI/s400/petalas-de-rosa.gif" width="288" height="288" /> </p> <p align="justify">te compraria uma rosa <br />mas se ela não tivesse as pétalas <br />pois elas, seriam a representação de quantas vezes eu te toquei <br />todas as vezes que nos encontrássemos <br />dar-te-ia uma pétala <br />e quiçá, um orvalho <br />pra mantê-la feliz e na esperança de tornar-se completa</p> <p align="justify">quando completasses a rosa <br />e ela fosse revestida de pétalas vemelhas <br />tenhas certeza, meu bem <br />ganhaste mais que pétalas aos poucos <br />mas sim, meu coração ao final</p> <p align="justify">segue, ó! infame amante <br />na busca do teu ideal de amor <br />na (in)consistência da existência humana <br />na imensidão do poder da vontade</p> <p align="justify">qual o tamanho de rosa que te darias e valeria a pena completar?</p> <p align="justify">[rafa tem ímpetos de poeta mal-sucedido. entende que, muito provavelmente por isso, tornou-se tradutor. declama odes e versa sobre suas desilusões sempre que entra em colapso nervoso na espera de uma mensagem.]</p> Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-78210965729323454962009-08-28T13:19:00.004-05:002009-09-02T09:08:28.984-05:00F**k You<div style="PADDING-BOTTOM: 0px; MARGIN: 0px; PADDING-LEFT: 0px; PADDING-RIGHT: 0px; DISPLAY: inline; FLOAT: none; PADDING-TOP: 0px" id="scid:5737277B-5D6D-4f48-ABFC-DD9C333F4C5D:f4d542e3-eeab-45d5-a30c-d5dddb1287e4" class="wlWriterEditableSmartContent"><div style="PADDING-BOTTOM: 0px; MARGIN: 0px; PADDING-LEFT: 0px; PADDING-RIGHT: 0px; DISPLAY: inline; PADDING-TOP: 0px" id="41335c82-da4f-4c9d-87e2-524b4ff5da94"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwE5S5A7TWXhwoKzLjqgcTyJJxnRw-QBO6bTAkb2vajj0oAUoB3PtQhaVG08JuB4yVWfZF6Wp8--o0JrwfmIQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></div></div><p align="justify">Look inside<br />Your tiny mind<br />Then look a bit harder<br />Cos we're so uninspired<br />So sick and tired<br />Of all<br />The hatred you harbour<br />So you say </p><p align="justify"><br />It's not okay to be gay<br />Well I think<br />You're just evil<br />You're just some racist<br />Who can't tie my laces<br />You're point of view<br />Is medevil </p><p align="justify"><br />Fuck you, fuck you<br />Very, very much<br />Cos we hate<br />What you do<br />And we hate<br />Your whole crew<br />So please<br />Don't stay in touch </p><p align="justify"><br />Fuck you, fuck you<br />Very, very much<br />Cos your words<br />Don't translate<br />And it's getting<br />Quite late<br />So please<br />Don't stay in touch </p><p align="justify"><br />Do you get<br />Do you get<br />A little kick out<br />Of being<br />Small minded<br />You want to be<br />Like your father<br />His approval<br />Your after<br />Well that's not how<br />You'll find it<br />Do you<br />Do you really enjoy<br />Living a life<br />That's so hateful<br />Cos there's a hole<br />Where your soul<br />Should be<br />You're losing<br />Control of it<br />And it's really<br />Distasteful </p><p align="justify"><br />Fuck you, fuck you<br />Very, very much<br />Cos we hate<br />What you do<br />And we hate<br />Your whole crew<br />So please<br />Don't stay in touch </p><p align="justify"><br />Fuck you, fuck you<br />Very, very much<br />Cos your words<br />Don't translate<br />And it's getting<br />Quite late<br />So please<br />Don't stay in touch</p><p align="justify">att, </p><p align="justify">rafael lamonatto</p><p align="justify">[rafa posta esse tipo de música quando gosta muito da baladinha dançante e mais ainda quando a letra diz coisas super a ver com sua vida pessoal. volta mais tarde, after the break. ;)]</p>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-13602564880407540102009-08-24T12:21:00.000-05:002009-08-24T12:22:01.853-05:00ela e a televisão<p align="justify">ela comprou a televisão. saiu da loja com uma sensação de plenitude. ao certo, ela nem sabia o porquê daquela compra. mas se sentiu tão atraída por aquele visor grande, colorido e que na vitrine da loja estava ligado num canal onde passava um filme com muitas cores. sentiu-se como um inseto em torno de uma luz forte. entrou e comprou. </p> <p align="justify">pagou caro, mas isso não era problema. ela tinha dinheiro o suficiente para comprar uma daquelas todos os meses. nunca se importou com valores materiais. sentia-se muito mais atraída e espantada com os valores espirituais. naquele momento ela só precisava comprar aquela televisão para sentir-se mais completa. ela olhou incessantemente a televisão mesmo depois da compra. estava parada diante da loja, com aquela vitrine cheia de objetos dos mais variados tipos, modelos e funções. mas a única coisa que lhe chamava a atenção era a televisão, mesmo em vista de tantas outras “ofertas”. ficou ali, alguns minutos. quem a olhava pensava ver alguém em transe.</p> <p align="justify">ela, sempre tão bem vestida, tão bem arrumada. aonde quer que fosse sentia-se na necessidade de estar bem. e não apenas bem externamente, mas por dentro também. tinha muitas roupas, mas gostava de usar sempre as mesmas por saber que eram aquelas que lhe davam certo prazer e conforto. aqueles dois itens necessários para que ela se sentisse bem para sair de casa. tinha um imenso prazer em estar bem, pois para ela, aquilo parecia mostrar que ela estava disposta a estar bem. tinha ideia de que aquilo fazia bem não apenas a si mesma, mas às pessoas ao seu redor. seus cabelos eram compridos e escuros, era alta e com um ar esguio. muitos a tinham como uma mulher fria e racionalista. ela apenas sentia-se sozinha. com seu jeito altivo e muitas vezes mal interpretado como esnobe, fazia o que bem entendia de sua vida. tinha pequenos prazeres os quais sempre fazia questão de cumprir diariamente. era uma mulher ocupada. muitos negócios e preocupações às vezes lhe tiravam a vontade de viver. seu trabalho não dependia apenas dela, porém, qualquer erro poderia ser fatal e quem morreria, no caso, seria apenas a pessoa responsável. </p> <p align="justify">tinha uma vida social conturbada e agitada. era confortável assim, mas aquilo não lhe satisfazia por completo. ela precisava estar tranquila. ela sabia que já tinha atingido um patamar em sua vida, onde todos a queriam bem e sentiam certa necessidade de sua companhia. porém, via-se seguidamente sendo trocada por outras coisas, o que acabou tornando seu pensamento um pouco pessimista demais ao necessário. tudo era motivo de comparações, análises e estatísticas. contava às vezes com a boa vontade alheia, que nem sempre estava pronta pra ela. isso a tornava forte. aprendeu a ser sozinha, mas não solitária. </p> <p align="justify">ela sentia necessidade de amar. sabia ser uma pessoa difícil de lidar. às vezes queria, às vezes não. às vezes bom humor, às vezes uma cara fechada que a tornava cada dia de mau humor um furacão sexy por onde passava. aquilo sim, lhe dava prazer. aquela sensação de mulher poderosa, cheia de energia a ser liberada. não seria fácil encontrar alguém para acompanhá-la em seu dia-a-dia, sabia muita bem disso. mas não desistia jamais. </p> <p align="justify">naquele dia, estava tão feliz. acordou, levantou da cama. foi de pés descalços até o banheiro, girou a maçaneta prateada, escolhida a dedo na construção da casa. tinha um imenso prazer em estar em casa, confiava no seu bom-gosto para satisfazer-se a si mesma. entrou nua no banheiro, era como gostava de dormir. foi até o espelho e como qualquer mulher vaidosa, olhou-se dos pés à cabeça. em outros dias ela acharia muitos defeitos em seu corpo: desde aquela manchinha quase imperceptível aos olhos alheios, passando por uma barriguinha inexistente a qual ela mesmo insistia em dar a existência, até o seu cabelo desarrumado. porém, naquele dia ela mirou-se ao espelho e disse para si mesma: “ótimo!”. foi até a pia, lavou o rosto, ligou o chuveiro, esperou esquentar. colocou a ponta de seus pés sob a água, sentiu um pequeno estremecer pelo choque dá água ainda fria, com seu corpo quente. tomou um banho demorado. pegou a toalha branca, secou-se. saiu do banheiro, foi até o closet, escolheu um conjunto qualquer de roupas. atípico de sua parte, porém mesmo sem pensar, viu que suas mãos já estavam acostumadas ao bom-gosto natural que tinha. vestiu-se e saiu.</p> <p align="justify">era cedo. o sol já estava forte, fazia um leve frio. sabia que teria de almoçar e ir trabalhar ainda. mas tinha em mente que era sábado e que não precisava estar preocupada com o trabalho. andou até a garagem, entrou no carro e ainda, antes de arrancar, olhou-se no espelho retrovisor e disse novamente: “ótimo!”. sentia-se estranha. mas estava totalmente inebriada com uma sensação que nem mesmo sabia qual era. estava sendo impulsiva uma vez na vida. dirigiu até o centro comercial onde ficava seu escritório. um ambiente agradável: muitas árvores, muitos bancos, chafarizes. ela gostava daquele clima que misturava natureza, um algo de retrô, tudo isso misturado à muita tecnologia. sua casa tinha muito daquilo. estacionou o carro. deixou todas suas coisas dentro dele e saiu. antes de qualquer coisa, inconscientemente tinha decidido dar uma volta no parque que tinha próximo ao seu trabalho. </p> <p align="justify">como sempre, desceu do carro com muita elegância e timidez. uma mistura que quem estivesse passando não poderia não perceber e não admirar. seu andar mostrava determinação e vontade. seu olhar dizia que era muito melhor manter-se a alguns metros de distância. caminhou até o parque e ficou por algum tempo andando por ali. </p> <p align="justify">voltou ao centro comercial, almoçou sozinha no restaurante. alguns olhares furtivos eram lançados a sua figura, porém nenhum era o suficiente para corresponder aos grandes olhos negros, cheios de mistérios que respondiam com tamanha graça e força. terminou seu almoço, deu-se ao luxo de uma grande trufa de chocolate. saboreou-a com grande entusiasmo, até lambuzou-se. por um minuto ficou sem graça pelo feito. logo após refez-se do acontecido e brincou consigo mesma: “ótimo!”. saiu do restaurante, dirigiu-se ao trabalho. entrou em sua sala, sentou-se em sua cadeira e trabalhou. algumas horas depois, olhou em seu relógio e constatou que tinham se passado quase quatro horas que esteve concentrada em seu trabalho. sentiu-se novamente estranha, porém bem e feliz. </p> <p align="justify">não tinha planos pr’aquele dia. todos ligavam incessantemente, mil convites, muitas dúvidas. decidiu por desligar seu celular. do outro lado do centro comercial, ficava o shopping. resolveu ir até lá. não sabia o porquê. normalmente shoppings não chamavam muito sua atenção. foi. </p> <p align="justify">começou a caminhar e então não resistiu àquela televisão. primeiramente, seguiu-a com os olhos muito minunciosamente. analisou cada detalhe, percebeu que o bordô encardido e escuro que predominavam lhe atraiam muito. queria tocá-la. por um momento sentiu-se idiota. quem quer tocar numa televisão? mas ela sentia-se na necessidade de fazê-lo. foi então que decidiu entrar na loja e comprar. mas ao efetuar ao pagamento ela não sentiu que estivesse comprando a televisão, mas sim que a televisão a tinha comprado. achou aquilo esquisito. pensava na televisão como algo misterioso a ser descoberto. </p> <p align="justify">depois daquele primeiro contato com a televisão bordô, ela teve de esperar alguns dias até que a televisão chegasse até sua casa. durante aquela semana de espera, sentiu-se muito estranha. a todo momento esperava em ver a televisão novamente. e durante toda a semana ficou na espera. até que no sábado seguinte, acorda com a campainha tocando: era ela! aliás, era o entregador com ela em seus braços. ficou feliz, de um modo muito estranho feliz. ela não sabia nada do que estava acontecendo consigo. assinou os papéis, agradeceu ao rapaz, fechou a porta e caminhou em direção à caixa. lacrada. sentia uma tensão em seus músculos. seu sorriso variava do medo ao êxtase. com cuidado cortou o lacre, passou a mão pela caixa. abriu uma das tampas, viu que até o fundo dela ainda existiam muitos papéis até ela poder tocar na sua superfície lisa e firme. foi, aos poucos, retirando os isopores, papéis e todas as coisas que atrapalhavam a sua visão completa daquele colorido que lhe chamava atenção. então conseguiu desfazer-se de todas as caixas e papéis. colocou-se à frente da tela. antes tinha ligado os cabos à tomada. antes de ligá-la, sentiu-se com uma imensa vontade de acariciá-la, tocá-la, sentí-la. pensava estar louca, mas aquela sensação lhe trazia muita liberdade e prazer. fez tudo o que teve vontade. sentiu que estava pronta pra ligá-la. apertou o power. esperou alguma reação. a luz interna brilhou. alguma imagem estava por vir. apareceu uma mensagem. ela disse: “ótimo!”</p> <p align="justify">ela, ela precisava de um código para poder usufruir totalmente daquela televisão. podia tocá-la e sentí-la o quanto quisesse, mas precisava esperar o código chegar para poder alcançar até o mais íntimo daquele objeto que a fascinara. sentiu-se fraca, nula, impotente. porém pensou, que mesmo sem o código, ela ainda a mantinha sob poder. poderia cuidá-la até o momento de o código chegar. era tudo uma questão de tempo.  </p> Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-13906002094533253532009-08-19T16:01:00.002-05:002009-08-19T16:05:47.337-05:00back in time<div align="justify">voltei às aulas e parece que também voltei no tempo. tá tudo igual, as mesmas lorotas de sempre, sem falar no sono que também continua o mesmo.</div><div align="justify">o vale, naquele seu ar super aconchegante em dias de chuva, continua prendendo todos seus alunos dentro de um prédio. as amizades continuaram as mesmas - pelo menos isso é bom.</div><div align="justify">tive que aturar três aulas que tratavam e datavam do mesmo tema: nada de interessante. além de ouvir a máxima para a vida de qualquer tradutor muito fora da casinha ou do mundo real:</div><div align="justify"> </div><div align="justify">- deus criou os tradutores porque se arrependeu pela torre de babel.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">continuo com as mesmas opiniões sobre as velharias, ops, ortodoxas aulas que temos em plenos dias de chuva e frio intenso.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">[rafa tem andado mais ativo mentalmente do que qualquer outra coisa. sente-se no direito de postar qualquer merda depois de ouvir uma doutora em literatura comparada dar uma aula tão insuficiente ao conhecimento alheio.]</div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-529255498704585679.post-13678976804117821462009-08-17T16:15:00.004-05:002009-08-17T16:19:42.325-05:00do nada<div align="justify">não comprei livros, não vi nenhum filme, não peguei o sol maravilhoso, não dormi muito, não comprei roupas, não ganhei nada demais. não entendi metade de tudo.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">mas foi um final de semana tão bom quanto poderia ter sido. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">e a segunda chuvosa? continuou chuvosa e sem desabar sobre mim.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">[rafa tem bom-humor também, não vive apenas de escuridão. brilha por aqui quando o tempo nublado tem cara e cheiro de perfume novo.]</div>Rafaelhttp://www.blogger.com/profile/04259095317240685244noreply@blogger.com2