2.2.10

da tela pra vida

ao som de kat deluna - unstoppable (confira aqui), começo a imagina meio milhão de coisas diferentes. ontem eu vi um filme que falava de tudo um pouco: de amor, de perdas, de esclarecimento, de crescer, de crescer, etc. "o curioso caso de benjamin button" é um filme bem feito e bem dramatizado. eu poderia falar dos milhares de aspectos que não gostei, porém não sou crítico de cinema nem nada do gênero. mal e parcamente critico a minha vida, então...
mas o que o filme tem a ver com tudo isso? quando estamos ainda tentando entender aquela vida que vai pra trás do personagem principal, quando ele tem mais ou menos uns 17 anos (coisa complicada de entender, porém bem interessante de se pensar) ele decide ir embora. é, assim; sem mais nem menos decide sair da casa de sua mãe. nesse ponto eu me senti meio parecido com ele. ele tinha sempre um ar de quem não se encaixava muito bem em lugar nenhum e precisava estar sempre fazendo algo pra não perder o rebolado e seguir em frente. daí me veio "unstoppable" na cabeça. claro, até chegar à cena cujo personagem vai embora, eu já tinha chorado mais algumas outras vezes, por isso o filme chama a atenção. tu consegue ver-te em muitas das mesmas situações das quais ele passa.
mas voltando ao eu! (sim, estou bem egoísta hoje), quando ele decidiu partir e juntou seus trapinhos a minha imaginação deu mil voltas e como adoro um sofrimento por antecipação chorei mais um monte. pensando no dia em que eu partir.
porque partir significa deixar. e, deixar, nesse caso, aplica-se tanto a deixar um local, com a intenção de partir, quanto deixar coisas, pessoas, sentimentos... há sempre o coração que mesmo que menor que meu cérebro consegue carregar muito mais informações e se encarrega de levar tudo isso. mas eu tenho problemas em conseguir acionar esse meu órgão interno. e fico com medo de chegar e ver que eu não sou tão forte ou não estava tão preparado quanto eu achava que estava pra ir.
pensei esses dias: e pra quem eu vou ligar no domingo? quem vai sair pra beber comigo do jeito que a gente gosta na sexta? e a redenção vai ficar aonde? não vai ter praia no verão? não vou ver o desfile das escolas de samba do rio? não vou ter a minha mãe pra brigar comigo da hora que eu vou chegar em casa? e mais mil e outras dúvidas e pequenas dores vão tomando conta cada vez que eu penso mais sobre o assunto. daí é o momento que eu paro de pensar e tento imagina como é lindo viajar.
o filme termina com o encontro de duas gerações contrárias e um pouco antes do fim, ou enfim, em alguma parte do filme, o personagem diz que quando voltou pra casa depois de alguns anos longe, ele percebeu que tudo continuava igual, o mesmo cheiro, as mesmas pessoas, as mesmas manias, a mesma família, a mesma casa e ele se auto-questiona: como? e logo responde: na verdade, quem mudou fui eu, o modo como eu vejo as coisas.
espero que eu consiga fazer 1% do que eu desejo.

[rafa vai falando de seus sentimentos sempre que ouve músicas significativas e entende que está vulnerável a qualquer sentimento.]

2 comentários:

alice disse...

droga! eu tento não pensar, mas tu nao facilita tb (choro)

ano sem ligações, sem sorrisos, sem abraços, sem discussões, sem fazer nada na redenção e só sentir a energia boa...

tu tem q voltar em janeiro, eu exijo.

ps.: preciso dizer? te amo

Rafael disse...

vai passa rapidinho! e vou fazer de tudo MESMO pra estar aqui no dia 6 de janeiro! juro!