8.2.10

sem palavras

e foi tudo programado. aquela tensão e nervosismo cabíveis a todo e qualquer viajante iniciante. comprei tudo, juntei o dinheiro necessário. chamei os amigos e voamos.

ela veio com tudo. bem vestida ao extremo, alta produção de palco e impressionou com tanta desenvoltura na frente de mais de 60 mil pessoas. cantou e me emocionou ao proferir que "this was the best performance i've made". arrepiei.

foram algumas horas de fila, alguns bons minutos caminhando debaixo do sol escaldante daquela tarde de sábado. água, muita água. a testa começava dar os primeiros sinais de vida, junto com os braços e o pescoço. o sol não deu trégua. e era um vai e vem de gente interminável. ouvem-se as primeiras movimentações dos mais corajosos e audaciosos que estavam há dias nas filas entrando no estádio. vai começar!

entramos no estádio. era uma mistura de nervosismo com força de vontade. tentamos ferozmente ficar o mais próximo possível do palco. mas foi inevitável: o sol era quente demais, o calor era demais, era gente demais. desistimos. acabamos por aceitar o fato de que ela estaria ali, próxima ou não, porém estaria ali, cantando pra nós. aí veio a chuva. água, muita água, novamente. dessa vez era em cima de todos nós. inicialmente era suportável e até refrescante todos aqueles pingos; mas então vieram os raios e trovões. deu medo. "será que vão cancelar?"; "olha o telão direito caiu"; "o telão esquerdo tá voando"; "tenho dores nos pés"; "to com muito frio"; "será que vai ter o show mesmo?" agonia. e a chuva continuava firme e cada vez mais forte.

então parou de chover. mas o cansaço mais aquela sensação de pós banho de chuva inesperado começam a falar mais alto. as dores começam a aparecer e as marcas também. mas acho que bronzeamento artístico é a nova moda. eu aderi!

e cada minuto que passa o suor, a umidade, o cansaço iam aumentando. mas igualmente o momento mais esperado vai ficando cada vez mais perto também. e a cada momento é possível sentir a energia de todas aquelas pessoas esperando a mesma coisa: ela.

aí ela aparece...

… e aí faltam palavras, faltam movimentos e o primeiro som da voz faz mexer até o último poro da minha pele fazendo-a arrepiar-se toda. e daí não há mais o que esperar. não há mais o que sofrer. há apenas o que aproveitar. gritar, cantar, dançar e rir muito. há os que choram, há os que vibram, há os que se emocionam profundamente.

eu olhava o telão e me emocionava por ver o quanto uma pessoa consegue mexer com os mais variados sentimentos de tantas mil pessoas juntas. shows ao vivo são e sempre foram uma grande diversão pra mim e sempre tive muitas histórias pra contar de todos. algum motivo especial, algum momento. esse não. esse foi todo ele especial. quando eu vi, realizei que estava no meio de uma imensidão de cabeças e que eu também fazia a diferença. sorri. virei pra frente e continuei ali, vivendo aquele momento único da minha vida. eu aproveitei. muito. mas chego em casa e sinto um vazio. o que seria? há sim, alguns outros capítulos a serem explorados mais adiante sobre tal viagem. porém, as she said “i am… yours” e vou continuar falando das peripécias dos gaúchos na cidade enorme.

[rafa percebe o quanto viagens podem mudar a sua visão de mundo. o show foi qualitativamente eficiente pra tais pensamentos.]

4 comentários:

Di disse...

e vamos combinar que, ver ela falar: ''EU SOU DE VOCES'', não teve preço!

ARRASAMOS!

Beijos

Ci disse...

Só uma palavra: DELÍCIA!

Willian disse...

ter lido o teu post só aumentou meu arrependimento por não ter ido.
mas que venham próximas oportunidades!
[e os teus posts contando sobre a viagem :D]

Anônimo disse...

cara, faz muito tempo que eu não vou num show e me saio dele assim que nem tu: se palavras, mas com um post perfeito. tbm quero!

amanhã muito! hahaha

;* meu xuxu